Sobre Márcio Lacerda, candidato da "Aliança" (parte 5)
O caldo está ficando cada vez mais grosso. Agora, temos mais gente do nosso lado. Acabo de receber mais um link de contestação à figura do digníssimo elemento. Segue abaixo:
Em tempo: divulgando mais um mail que recebi falando do gajo. "E se o Lacerda tem a TV, nós temos a internet!"
Entrevista desmascara o Lacerda que BH desconhece
A candidatura do empresário Marcio Lacerda surgiu após um acerto entre o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), e o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB). Segundo informações que circulam nos bastidores da política mineira, Aécio teria prometido a Pimentel apoio político para a eleição ao governo mineiro em 2010 em troca de uma aliança conjunta entre PT e PSDB para a disputa da prefeitura de BH. Para viabilizar a aliança, precisavam de um candidato "neutro", que não fosse tucano nem petista. Assim, chegou-se ao nome de Lacerda, do PSB, então secretário de Desenvolvimento Econômico do governo Aécio.
Mesmo com a suposta "neutralidade", a candidatura foi rechaçada por setores importantes do PT. Lideranças nacionais como os ministros Luiz Dulci e Patrus Ananias reprovaram a aliança e um grupo de petistas lançou um manifesto no qual afirmam que o acordo pessoal de Aécio e Pimentel, "joga com a história do PT, e favorece a curto, médio e longo prazo apenas os interesses da Direita".
Perfil desconhecido
O empresário era, até então, um desconhecido da população de Belo Horizonte. A maioria dos eleitores de BH só tomou conhecimento da existência da candidatura de Lacerda quando começou o horário eleitoral gratuito no rádio e na TV, onde Lacerda ocupa um verdadeiro latifúndio de tempo (11 minutos e 48 segundos). Mesmo assim, nos programas eleitorais, Lacerda é figura secundária, quem aparece mesmo são seus padrinhos políticos: Aécio Neves e Fernando Pimentel. E foi graças a esse compadrio que o nome de Lacerda foi alçado ao primeiro lugar das pesquisas de intenção de voto.
Avesso à participação em debates (ele até o momento não participou de nenhum dos onze debates promovidos na cidade), Lacerda tem exposto suas idéias unicamente nos programas eleitorais de rádio e TV e nas poucas entrevistas que concede à imprensa local.
A última delas, dada ao jornal '"Hoje em Dia" e publicada neste domingo (21) contribui para revelar traços preocupantes do perfil do empresário, sobre quem a cidade ainda sabe pouco.
"Pisar no pescoço"
A entrevista é reveladora já a partir do título, que destaca uma frase de Lacerda na qual ele afirma: "Não vou perder por falta de dinheiro". A afirmação se explica pelo fato de Lacerda ser o mais rico dos candidatos a disputar a prefeitura de uma capital, com um patrimônio declarado de R$ 55 milhões. Mas não foi esta a declaração que realmente revela o caráter do candidato. Em vários pontos da entrevista, Lacerda mostra-se apegado a idéias conservadoras e revela um temperamento pouco equilibrado para quem pretende administrar uma capital-metrópole como Belo Horizonte.
Perguntado sobre as críticas que vem recebendo na campanha, Lacerda foi agressivo na resposta e disse que "queria encontrar um cara que espalha calúnia para pisar no pescoço dele assim, em flagrante." Em outro trecho da entrevista, Lacerda avisa que as pessoas que estão o criticando pela internet vão responder por calúnia e difamação. "Vou até o fim da minha vida fazendo essa pessoa me pagar 200 salários-mínimos de indenização", ameaçou o empresário.
Lacerda também revelou desprezo pelo debate de idéias. Questionado sobre sua ausência nos debates realizados em universidades e escolas, ele disse que nesse tipo de debate "você não ganha nenhum voto e corre o risco, em função de algum tumulto criado, de alguma agressão de claques, você vir a perder votos".
Eugenia
Mas a afirmação mais polêmica é sem dúvida a que relaciona criminalidade com a origem genética dos criminosos. "Crime é como uma carreira. Muita gente vai para o crime para consumir. Agora, tem gente aí nesse bolo que é irrecuperável, seja por genética ou por trauma, alguns vão passar o resto da vida neste caminho", disse Lacerda na entrevista. A declaração faz lembrar as idéias do movimento eugenista.
A eugenia está na base da concepção racista. Defende que há pessoas geneticamente melhores que outras e que as de "sangue ruim" já nascem com desvios de caráter, defeituosas e incapacitadas.
Fonte: Jornal '"Hoje em Dia" publicado domingo, 21 de setembro de 2008 - link aqui.
Mesmo com a suposta "neutralidade", a candidatura foi rechaçada por setores importantes do PT. Lideranças nacionais como os ministros Luiz Dulci e Patrus Ananias reprovaram a aliança e um grupo de petistas lançou um manifesto no qual afirmam que o acordo pessoal de Aécio e Pimentel, "joga com a história do PT, e favorece a curto, médio e longo prazo apenas os interesses da Direita".
Perfil desconhecido
O empresário era, até então, um desconhecido da população de Belo Horizonte. A maioria dos eleitores de BH só tomou conhecimento da existência da candidatura de Lacerda quando começou o horário eleitoral gratuito no rádio e na TV, onde Lacerda ocupa um verdadeiro latifúndio de tempo (11 minutos e 48 segundos). Mesmo assim, nos programas eleitorais, Lacerda é figura secundária, quem aparece mesmo são seus padrinhos políticos: Aécio Neves e Fernando Pimentel. E foi graças a esse compadrio que o nome de Lacerda foi alçado ao primeiro lugar das pesquisas de intenção de voto.
Avesso à participação em debates (ele até o momento não participou de nenhum dos onze debates promovidos na cidade), Lacerda tem exposto suas idéias unicamente nos programas eleitorais de rádio e TV e nas poucas entrevistas que concede à imprensa local.
A última delas, dada ao jornal '"Hoje em Dia" e publicada neste domingo (21) contribui para revelar traços preocupantes do perfil do empresário, sobre quem a cidade ainda sabe pouco.
"Pisar no pescoço"
A entrevista é reveladora já a partir do título, que destaca uma frase de Lacerda na qual ele afirma: "Não vou perder por falta de dinheiro". A afirmação se explica pelo fato de Lacerda ser o mais rico dos candidatos a disputar a prefeitura de uma capital, com um patrimônio declarado de R$ 55 milhões. Mas não foi esta a declaração que realmente revela o caráter do candidato. Em vários pontos da entrevista, Lacerda mostra-se apegado a idéias conservadoras e revela um temperamento pouco equilibrado para quem pretende administrar uma capital-metrópole como Belo Horizonte.
Perguntado sobre as críticas que vem recebendo na campanha, Lacerda foi agressivo na resposta e disse que "queria encontrar um cara que espalha calúnia para pisar no pescoço dele assim, em flagrante." Em outro trecho da entrevista, Lacerda avisa que as pessoas que estão o criticando pela internet vão responder por calúnia e difamação. "Vou até o fim da minha vida fazendo essa pessoa me pagar 200 salários-mínimos de indenização", ameaçou o empresário.
Lacerda também revelou desprezo pelo debate de idéias. Questionado sobre sua ausência nos debates realizados em universidades e escolas, ele disse que nesse tipo de debate "você não ganha nenhum voto e corre o risco, em função de algum tumulto criado, de alguma agressão de claques, você vir a perder votos".
Eugenia
Mas a afirmação mais polêmica é sem dúvida a que relaciona criminalidade com a origem genética dos criminosos. "Crime é como uma carreira. Muita gente vai para o crime para consumir. Agora, tem gente aí nesse bolo que é irrecuperável, seja por genética ou por trauma, alguns vão passar o resto da vida neste caminho", disse Lacerda na entrevista. A declaração faz lembrar as idéias do movimento eugenista.
A eugenia está na base da concepção racista. Defende que há pessoas geneticamente melhores que outras e que as de "sangue ruim" já nascem com desvios de caráter, defeituosas e incapacitadas.
Fonte: Jornal '"Hoje em Dia" publicado domingo, 21 de setembro de 2008 - link aqui.
This entry was posted on October 4, 2009 at 12:14 pm, and is filed under
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