As eleições e o dinheiro.
Vivemos numa sociedade dita democrática, a qual, em tese, não existe desigualdades perante a lei. Pobres e ricos possuem os mesmos direitos. Direitos de votar, de possuir propriedade, de ir à escola, de ter moradia. Possuímos a defesa de nossa dignidade, honra, integridade física e etc. Nos é passado que a justiça é cega, ou seja, não tem olhos para a posição social em que a pessoa está inserida. Julga, de forma justa, cada caso, independente de quem está sendo julgado. Saindo desse conto de fadas e indo para o mundo real, vemos que quem detém os meios de produção está no comando. A política é feita para defender interesses de uma classe minoritária dominante. Quando se criam leis (como as trabalhistas, por exemplo) favoráveis à classe pobre, muitas das vezes, tais normas foram feitas com o intuito de acalmar uma parcela da população que é diariamente reprimida. Os capitalistas fazem concessões a fim de frearem a força revolucionária existente numa população que vive no limite.
Como não poderia ser diferente, as eleições de Belo Horizonte demonstram o poder do capital em nossa sociedade. O candidato Márcio Lacerda, que ironicamente é de um partido socialista, é o mais poderoso dos concorrentes ao cargo de prefeito de BH. Ele possui maciço apoio da elite belorizontina, além de possuir grande verba pessoal para gastar com sua campanha. Lacerda também possui apoio de dois expoentes da política do Estado, Aécio Neves (PSDB) e do Pimentel (PT). O que faz com que sua campanha seja alavancada ainda mais.
Uma pesquisa feita pelo Ibope e pela Datafolha mostra o poder do tempo na televisão (e, implicitamente, do dinheiro) numa campanha política. Confira:
Se repararem bem, verão que partidos como PT, PSDB, DEM, PMDB, PSB, são os que estão liderando essa lista. Tais partidos são os mais ricos do país e os que recebem mais investimento de empresários. Esse fato é uma das comprovações que nossas eleições são movidas pelo dinheiro e que nossa democracia não passa de uma ditadura do capital.