Finalmente saiu o programa do candidato democrata Barack Obama para a América Latina. Muito se falava em tais propostas, uma vez que os votos dos latinos americanos serão fundamentais na escolha do presidente americano. Tal documento também trouxe muita euforia já que o governo Bush teve uma política muito ofensiva em relação a alguns países latinos. Ao mesmo tempo em que se mostrou conservador em alguns pontos, o democrata foi bem moderno em outros.


Ele falou sobre liberdade. Ao escrever o capítulo sobre o tema, defendeu uma política visando eliminar as incoerências do seu próprio país, para que, depois disso, possa cobrar compromissos com a liberdade em relação a outros países. Ele quer acabar com as torturas, prisões clandestinas no exterior e detenções indefinidas. Propôs o restabelecimento do Habeas Corpus e o fechamento de Guantánamo.


Obama mostrou suas duas faces em relação a Cuba e à Colômbia. Foi contrário a um acordo de livre comércio entre Washington e Bogotá, apesar de ter defendido o controverso Plano Colômbia. Sobre Havana, propôs a eliminação das restrições de viagens à ilha e a liberação de remessas monetárias, ao mesmo tempo em que utilizou a flexibilização no embargo econômico como uma arma política. Uma promessa interessante do candidato foi a de convidar o presidente venezuelano Hugo Chávez para uma reunião, a fim de resolver as divergências entre os países.


O democrata estabeleceu metas para a educação latina, prometendo colocar em prática os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ONU). Também citou a intenção de anular totalmente as dívidas que a Bolívia, Guiana, Haiti, Honduras, Paraguai, e Santa Lúcia possuem com o país.


Foram feitas propostas sobre parcerias energéticas. Elas irão promover novos mercados para as tecnologias verdes nos EUA. Obama se mostrou favorável ao comércio de carbono, mas não entrou na questão das indústrias limpas e nem na possibilidade de se mudar o padrão de consumo do país. Não foi falado sobre uma regulação internacional ambiental e tampouco sobre o papel fundamental das indústrias americanas na poluição mundial. O candidato fez uma reflexão bastante interessante sobre a utilização de bicombustíveis de forma a não prejudicar a produção de alimentos.


Um dos pontos mais importantes encontrados nas propostas sobre a America Latina é a imigração. Obama afirmou que vai encontrar uma forma de reconhecer a cidadania adquirida, enfrentando a burocracia existente. Ele é favorável à criação de empregos e desenvolvimento econômico nos países responsáveis pela grande imigração nos EUA, com o intuito de diminuir o fluxo populacional. Ele defende uma maior proteção aos trabalhadores imigrantes em detrimento a uma política segregacionista, que dificulta a emissão de cidadania americana.


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