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Mais uma do Obama.

O Escritório de Interesses Cubanos em Washington assegurou que o governo de Cuba coopera com a luta internacional contra o terrorismo e rejeitou sua inclusão pelos Estados Unidos na lista de países que incentivam esse tipo de crime.

Em declarações à agência de notícias Efe, o porta-voz do Escritório de Interesses Cubanos em Washington, Alberto González, se mostrou consternado com a inclusão de Cuba na lista negra do Departamento de Estado americano e assegurou que seu país "cumpriu, cumpre e cumprirá com as medidas de segurança reconhecidas internacionalmente para estes casos".

(...)

Após o fracassado atentado contra um voo que pousaria em Detroit no último dia do Natal, os EUA extremaram a revista de passageiros estrangeiros, em particular os de Cuba, Irã, Sudão e Síria, países que acusa de incentivar o terrorismo.

Também passarão por revistas mais intensas nos aeroportos americanos os passageiros de "países de interesse", cuja lista inclui Afeganistão, Argélia, Iraque, Líbano, Líbia, Nigéria, Paquistão, Arábia Saudita, Somália e Iêmen.


Oh país que adora fazer lista!

Anteriormente, no governo Bush, os países eram taxados de integrantes do eixo do mal ou eixo do bem. Os países que se comportavam e não se opunham aos interesses americanos eram considerados bons meninos, já os outros, que ameaçavam a política externa americana, eram rotulados de malvados. Estes abrigavam terroristas e difundiam seu veneno pelo mundo, já aqueles, eram os defensores dos direitos humanos.

O bom menino, o nobre Obama, antes das eleições, prometeu que iria acabar com essa lista, priorizando o diálogo em detrimento à discriminação. Eis que acaba a eleição e a política internacional agressiva tão característica do país volta. O presidente que outrora era defensor da diplomacia com Cuba, Venezuela, Irã, agora se mostra bastante agressivo com tais países. Só para exemplificar, ele é um dos que lideram o movimento favorável à aplicação de mais sanções econômicas para o Irã.

A notícia supra, veiculada pela Folha de S. Paulo, mostra que as famosas listas não acabaram. Agora o tal eixo do mal mudou de nome: chama-se lista de países que incentivam o terrorismo. Nada melhor do que colocar a indigesta Cuba como país membro.

Um presente de natal para os americanos

Bastante criticado no filme Sicko, de Michael Moore, o sistema de saúde americano finalmente recebeu uma reforma. Tal medida foi aprovada nessa quinta (dia 24) e visa ampliar a cobertura médica a cerca de 30 milhões de americanos, bem como reduzir os custos.

No filme, para desmoronar o sistema, Moore entrevistou diversos americanos que sofreram com a ineficácia do sistema de saúde no país. O autor também conversou com alguns heróis do 11 de Setembro que tiveram a saúde arruinada devido aos danos causados pelo resgate nos destroços do WTC. Tais pessoas, mesmo sendo mitificados pelos americanos,não receberam os devidos cuidados médicos que mereciam. Moore foca a crítica principalmente nas seguradoras, que fazem de tudo para não atender aos seus segurados, criando burocracias ou buscando fundamentos para não beneficiá-los.

A aprovação nesta quinta-feira no Senado dos Estados Unidos do projeto de lei de reforma no sistema de saúde foi recebida com festa por democratas, rechaço por republicanos e reações mistas entre os diferentes grupos de interesse do país.

"Estamos finalmente a ponto de tornar realidade a promessa de uma reforma sanitária real e significativa que dará segurança e estabilidade adicional ao povo americano", afirmou Obama.

Já o presidente do Comitê Financeiro do Senado, Max Baucus, assinalou que tanto ele como seus companheiros democratas se solidarizam com "os milhões de americanos que se declararam em quebra devido às despesas de atendimento de um parente doente".

Bem distinta foi a reação dos republicanos, responsáveis por 39 votos contrários à reforma. "A batalha está longe de ter acabado", afirmou o líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell. "Meus companheiros e eu trabalharemos para impedir que este projeto de lei se transforme em lei", acrescentou.

"O projeto (...) limita as companhias seguradoras na hora de cobrar muito mais aos americanos pela cobertura médica devido a sua idade", afirmou o presidente da Aarp, Barry Rand, que disse confiar que a legislação final ofereça ainda maiores garantias aos mais velhos.

O projeto, infelizmente, não “lembrou” de beneficiar os latinos. A versão aprovada pelo senado não contempla os imigrantes ilegais, que são, em sua maioria, hispânicos.

A nova medida recebeu apoio de organizações de médicos. "Este projeto firma as bases para ampliar a cobertura aos que não têm seguro, faz insistência na prevenção da doença e na melhora do atendimento médico", disse a presidente da Associação Americana de Cardiologia, Nancy Brown.


Ao contrário de outros países desenvolvidos, os EUA carecem de cobertura médica universal e, mesmo assim, é um dos países que mais gasta em saúde, com cerca de 16% do PIB (Produto Interno Bruto), o dobro na comparação com a média das nações rica. 

Espera-se que esse projeto não seja mais uma das medidas paleativas defendidas pelo presidente Obama. Como retratado no filme de Moore, a população pobre americana precisa de uma atenção especial do presidente. Os problemas sociais não estão restritos a países pobres.O sistema de saúde americano é tão (ou até mais) caótico que o brasileiro. Pelo menos, em tese, o nosso país tem um sistema de saúde universal.

Fonte: Folha

Barack Obama


Barack Obama foi o primeiro presidente negro eleito nos EUA. O País, que é tido como um dos mais segregacionistas, mostrou para o mundo que mudanças e grandes evoluções são possíveis. O sonho do Martin Luther King começou a ser realizado? Obviamente que não podemos colocar tamanha responsabilidade nas costas do presidente. É apenas o começo de uma possível mudança na postura da população e do governo dos EUA. O que está acontecendo no país deve servir de exemplo para nos brasileiros. A própria imprensa americana utilizou tal acontecimento comparando com a realidade brasileira. Jornais de grande influencia no país noticiaram o grande passo a frente do país em relação ao Brasil, que se diz um país plural, mas, que na realidade, nunca reconheceu o legado cultural e político que os negros nos deixaram e estão nos deixando.

Obama não representa apenas uma vitória para o movimento das minorias e seus simpatizantes. Ele é símbolo de uma nova era na política externa dos EUA. Uma política menos belicosa e favorável ao diálogo e às concessões. As medidas unilaterais que marcaram muito o governo do seu antecessor diminuirão sensivelmente. Obama já prometeu que vai acabar com a divisão entre eixo do bem e eixo do mal, difundida pelo Bush. O democrata já se mostrou disposto a sentar pessoalmente com o Kim Jong II, líder norte-coreano, por exemplo.

Internamente, estão prevendo uma Obama mais preocupado com o social. Especialistas acreditam que serão adotadas medidas político-econômicas semelhantes ao do Welfare State, do presidente Roosevelt. Ele já prometeu criar 2,5 milhões de novos empregos até 2011 num plano político agressivo e, que isso, será a solução para enfrentar os problemas da crise.

O presidente já conseguiu, antes mesmo de iniciar a sua jornada, obter certa confiança da Venezuela e da Rússia, dois países que não mantiveram boa relação com o antigo governo. O presidente russo Dimitri Medvedev disse que Obama estará aberto a mudanças em relação ao plano unilateral americano de implantar um escudo antimíssil na Europa, colocando equipamentos no espaço aéreo de países do leste europeu. Bush defendia adotar tais medidas independente do consentimento russo. Obama também está conseguindo conquistar o Hugo Chávez. O venezuelano afirmou que espera que o Obama consiga, por meio do diálogo, a enfrentar problemas globais, tais como os ambientais, a guerra do Iraque e as questões diplomáticas em relação ao Irã, Venezuela e Cuba.

Grandes desafios do próximo presidente americano serão a recuperação da opinião internacional no que tange o respeito aos direitos humanos por parte do exército americano e a luta contra o terrorismo sem que se utilize o terrorismo para tal. Para isso, Obama prometeu desativar Guantánamo e vencer a guerra no Iraque, acabando com o Al Qaeda. Creio que desativar a cadeia vai ser uma grande vitória para a população cubano e também mundial. Vai ser um símbolo em favor dos direito humanos e da libertação cubana contra parte do domínio americano em seu território. Porém, não acredito que a segunda proposta do Obama vai ser bem sucedida. Não tem como acabar com uma organização tão sólida como o Al Qaeda militarmente. O caminho que deve ser perseguido é o inverso. Deve-se acabar com o motivo que impulsiona o grupo guerrilheiro a ter ódio pelos EUA. Não acho que essa vai ser a proposta adotada pelo atual governo americano.


Eleições nos EUA

Dados sobre as eleições americanas para presidente, de acordo com o site RCP:

Polling Data

PollDate Sample Obama (D)McCain (R)Spread
RCP Average09/26 - 10/03 -- 49.3 43.4 Obama +5.9
Gallup Tracking10/01 - 10/03 2703 RV 50 42
Obama +8
Rasmussen Tracking10/01 - 10/03 3000 LV 51 45 Obama +6
Hotline/FD Tracking10/01 - 10/03 915 LV 48 41 Obama +7
GW/Battleground Tracking09/29 - 10/02 800 LV 49 46 Obama +3
Marist09/28 - 09/30 943 LV 49 44 Obama +5
CBS News09/27 - 09/30 769 LV 50 41 Obama +9
Associated Press/GfK09/27 - 09/30 808 LV 48 41 Obama +7
ABC News/Wash Post09/27 - 09/29 916 LV 50 46 Obama +4
Pew Research09/27 - 09/29 1181 LV 49 43 Obama +6
Ipsos/McClatchy09/26 - 09/29 1007 RV 48 45 Obama +3
Time09/26 - 09/29 1133 LV 50 43 Obama +7

See All General Election: McCain vs. Obama Polling Data




Faltam um mês para as eleições americanas e John McCain está há 5.9 pontos de Obama nas pesquisas. O site internet RealClearPolitics fez uma média de várias pesquisas do país e chegou a esse número.

Como dito anteriormente, não acredito que o Obama seja o candidato ideal para a presidência americana, contudo, pelo menos em suas campanhas, está defendendo um governo com preocupações sociais maiores, com integração cultural, reconhecimento da importância dos imigrantes, respeito às diferenças, preocupação ambiental.

O John McCain é extremamente preconceituoso, homofóbico, capitalista. Representa um futuro governo de continuidade. Vai manter as tropas americanas no Iraque e continuar a perseguir os países taxados como do eixo do mal.

Apesar de possuir ideias bem conservadoras, como a possibilidade de invadir o Paquistão caso haja comprovação da presença do Osama Bin Laden no território e o uso do boicote econômico à Cuba como arma política, Obama pode representar uma alternativa à política ofensiva americana praticada nos últimos governo republicanos.

EUA x RúSSIA


Desde a queda do Muro de Berlim, a mídia capitalista quis nos mostrar que um novo mundo viria, um mundo sem guerras, não mais polarizado entre duas potencias mundiais. Como nos filmes de Hollywood, nos foi informado que o final feliz estava próximo, que, até mesmo o bandido, a União Soviética, tinha passado para o lado do mocinho, os EUA. A partir daquele simbólico acontecimento, os bandidos (agora ex-comunistas) iriam se unir com os grandes heróis capitalistas em busca de um mundo melhor, o mundo da liberdade. Não haveria mais espaço para ditadores e comedores de criancinhas.

Algumas décadas depois, nada ficou muito diferente do que os mais realistas previam. Apesar de o mundo não está mais polarizado entre as duas gananciosas potencias no campo econômico, continuam mantendo a hegemonia militarmente e politicamente. A tão falada guerra nas estrelas está cada vez mais se tornando realidade. O mais recente capítulo dessa novela está ocorrendo na Polônia. Os EUA assinaram, no dia 14, um acordo visando a instalação de um escudo antimísseis em território polonês. Um acordo semelhante foi firmado na República Tcheca. Os EUA afirmam que querem defender seus aliados do grande Satã Irã. Será que o humilde Irã tem forças para lutar contra uma União Europeia inteira? A Rússia não está nada contente com tais acontecimentos. Afirmaram que vão tomar medidas militares quando o escudo for instalado.

Atualmente, no Cáucaso, uma região estratégica russa, está ocorrendo um grande conflito. Os russos estão em guerra contra a Geórgia, grande aliada americana. A disputa começou no dia 14, quando a Geórgia realizou uma ofensiva com o intuito de retomar a região da Ossétia do Sul, que havia declarado sua independência no início dos anos 90. Os russos não aceitaram a violação de um território aliado, e, em pouco tempo, invadiram a região e tomaram algumas cidades da Geórgia. Logicamente, os americanos declararam seu descontentamento em relação à atitude russa e recorreram à ONU. Como os russos possuem o direito de veto no Conselho de Segurança da entidade, nenhuma solução foi encontrada. Tal guerra já matou mais de 2000 pessoas e deixou milhares de refugiados.



McCain e o Tibete.


John McCain, candidato da situação para a presidência do EUA, encontrou-se com o líder separatista tibetano Dalai-Lama na última sexta feira com o intuito de promover uma imagem de defensor dos direitos humanos e das minorias. Porém, tal encontro pode ter sido negativo para o político, tendo em vista a reação negativa por parte do governo chinês. A China alega que a questão do Tibete deve ser resolvida internamente. Não é um problema a ser resolvido pelo governo americano.

A China acusa Dalai-Lama de sabotar as Olimpíadas e apoiar atividades separatistas. O governo chinês afirma que o líder foi um dos responsáveis pelos atos terroristas em Lhasa. Fato que foi negado.

Desagradar a China próximo das eleições americanas pode trazer prejuízo para a campanha do republicano. A China é o país responsável por grande parte das exportações dos EUA e possui forte influência em sua economia. Boa parte dos titulas da dívida americana são de propriedade da China. De acordo com o site Finance One, o país é o segundo com mais títulos, com um saldo devedor de US$ 245,1 bilhões (2005), perdendo apenas para o Japão.

Fonte:

http://www.financeone.com.br/noticia.php?lang=br&nid=13239

http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=41130

Vantagem para Obama


Barack Obama , candidato a presidência dos EUA pelo partido Democrata, lidera a pesquisa do instituto Gallup contra o seu principal rival, o republicano John McCain, por um diferença de 9% (49% contra 40%). Tal diferença é a maior registrada desde o início da campanha eleitoral. A entrevista foi realizada entre 24 e 26 de julho e possui uma margem de erro de 2 pontos percentuais. A tendência é que essa diferença aumente, visto que os índices econômicos dos EUA e a política externa do atual presidente republicano estão desagradando grande parcela da população. "O que nos preocupa em todo o país agora é a sua incapacidade de pagar o combustível e a comida porque os preços estão subindo de maneira vertiginosa", afirmou Obama, numa entrevista à rede NBC.

Não devemos nos iludir quanto a mudanças substancias na política externa americana, seja qual for o candidato eleito. O governo americano vai continuar com sua política agressiva de intervenção nos países pobres, colocando seus interesses econômicos acima de qualquer coisa. O próprio Obama afirmou que se houvesse provas da atual localização do Osama Bin Laden no Paquistão, ele invadiria o país. Ele também afirmou que, se eleito, vai aumentar o número de tropas americanas no Afeganistão. Independente disso, uma vitória do democrata poderá possibilitar um maior diálogo dos EUA com os países taxados como “Eixo do Mal” e com países latinos considerados inimigos. Já vai ser um grande avanço para a diplomacia mundial.

Leia mais em:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u426965.shtml

http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u426822.shtml


A questão nuclear iraniana

O “Tratado Sobre a Não-Proliferação de Armas Nucleares”, criado pela ONU, possui o objetivo de diminuir os possíveis conflitos que uma não regulamentação do uso da energia nuclear possa trazer ao mundo. Ele visa evitar uma corrida armamentista e guerras nucleares. Manifesta apoio à pesquisa e ao desenvolvimento da energia citada, desde que ocorra sob vigília da AIEA e seja utilizada para fins pacíficos. O documento também defende a cooperação entre os signatários no intercâmbio de tecnologias(ONU, 1970).

O Irã assinou o TNP em 7 de Janeiro de 1968 e o documento foi ratificado em 2 de Fevereiro de 1970. A partir disso, iniciou-se o programa nuclear, que foi quase todo desenvolvido no governo do Xá Reza Pahlevi, apoiado pelos americanos. Em 1975, o governo estadunidense firmou um acordo de cooperação nuclear, que continha detalhes sobre a venda de equipamentos para fins de geração de energia. Mas, apenas no ano seguinte, os EUA ofereceram a oportunidade ao Teerã para comprar e controlar uma usina. Esse acordo possibilitou que o país completasse quase todo o ciclo na produção de energia.

Em 1979, liderada pelo Aiatolá Khomeini, ocorreu a revolução Islâmica, responsável por depor o Xá Reza Pahlevi. Dois anos depois, o governo decidiu continuar com o programa nuclear. Já em 1982, o Irã anunciou a construção de um centro de tecnologia nuclear com a finalidade de tratar o urânio. O local foi devidamente inspecionado pela AIEA, que começou a auxiliar na conversão do “Yellow Cake” em combustível para reatores.

Atualmente, o governo do presidente Mahmoud Ahmadinejad permite inspeções em suas usinas nucleares. Mesmo assim, o seu país já recebeu diversas sanções da ONU. O Conselho de Segurança da entidade afirma que o país produz energia nuclear visando, num futuro próximo, produzir armas.

Diante o exposto, podemos perceber que o programa nuclear iraniano não é tão clandestino como constantemente é afirmado pelos EUA. O mesmo programa já teve a inspeção do próprio governo americano e, atualmente, é praticado sob vigilância da AIEA. Não é o Irã que tem que provar as suas intenções pacíficas, é função da AIEA investigar o projeto e apontar suas falhas. A República Islâmica tem o direito de produzir e pesquisar a energia nuclear, e a ONU, tem o dever de apoiar tais pesquisas. O artigo IV, do TNP, prevê o “Direito inalienável de todas as Partes do Tratado de desenvolverem a pesquisa, a produção e a utilização da energia nuclear para fins pacíficos, sem discriminação (...)”(ONU, 1970).

A pressão exercida pelos Estados Unidos sobre o Irã pode ser justificada pelo fato de o Irã não ser mais um aliado americano no Oriente Médio. Países como Israel e Paquistão não assinaram o TNP e possuem armas nucleares. Porque então colocar o Irã como um país do eixo do mal, e não esses países?

A Coréia do Sul e o Egito, grandes parceiros econômicos e políticos dos EUA, “conduziram experiências nucleares secretas durante vários anos”( SAFDARI, 2005). Uma pequena repressão foi aplicada e não ocorreu uma discussão sobre a possibilidade desses países produzirem armas nucleares.

Os EUA, ao tentarem evitar que o Irã desenvolva o seu programa nuclear, estão ferindo com o princípio da igualdade, previsto pelo tratado. De acordo com Peter Philipp, jornalista da Deutsche Welle e perito em Oriente Médio, os americanos precisam admitir que, ao pressionarem o país, estão desrespeitando o TNP. (PHILIPP, 2006).

A política petroleira dos EUA já é conhecida. Eles agem visando dominar áreas ricas em petróleo. Não possuem escrúpulos em suas ações. Criam justificativas falaciosas para poderem intervir na política desses países ou para invadirem seus territórios. Um bom exemplo é a atual guerra do Iraque. Eles afirmaram que o país possuía armas químicas e biológicas de destruição em massa, afirmação que ainda não foi comprovada e que, provavelmente, nunca será.

Os EUA afirmam que o Irã não precisa produzir energia nuclear, tendo em vista que possui grandes reservas de petróleo. Essa afirmação é uma inverdade, já que o Irã, desde 1970, possui a necessidade de diversificar suas fontes de energia. Atualmente, a situação piorou: “a população triplicou, sua produção petrolífera foi dividida por três e o país consome 40% da sua produção”(SAFDARI, 2005).

Mesmo tendo os EUA como grande adversário em seu projeto, o Irã possui certo apoio de dois outros membros do Conselho de Segurança, a Rússia e a China. Como cada membro permanente do Conselho possui o poder de veto, as sanções econômicas criadas contra o país islâmico são pouco eficientes. Apesar de receber tais sanções, a república Islâmica continua evoluindo no processo de enriquecimento do Urânio. Já possui 3000 centrífugas e está criando mais outras 3000.

Não quero, de maneira alguma, fazer uma apologia ao projeto nuclear iraniano ou ao uso da energia nuclear. Apenas gostaria de demonstrar como é incoerente a política externa americana e como os países pobres são tratados de forma desigual pela ONU. O Conselho de Segurança é constantemente influenciado pelas ambições dos EUA, e mesmo quando tal interferência não ocorre, age defendendo interesses econômicos e políticos de seus países membros.

Referências:

CARVALHO, Lejeune Mato Grosso de. O programa nuclear do Irã. Disponível em: http://www.vermelho.org.br/diario/2006/0216/lejeune_0216.asp?nome=Lejeune%20Mato%20Grosso%20de%20Carvalho&cod=5380.

ONU. Tratado Sobre a Não-Proliferação de Armas Nucleares. Disponível em: http://www.onu-brasil.org.br/doc_armas_nucleares.php.

PHILIPP, Peter. Não há interesse em resolver a questão nuclear?. Disponível em: www.dw-world.de/dw/article/0,2144,2144978,00.html

SAFDARI, Cirus. O direito à tecnologia. Disponível em: http://diplo.uol.com.br/2005-11,a1194