Neoliberalismo e Eufemismo: Irmãos de sangue


E enquanto isso, na festa do neoliberalismo ... A UNICEF tenta argumentar a importância de se investir na alimentação das crianças pobres, e o único argumento que pareceu crível à ordem mundial, é que se os países não o fizerem, terão aproximadamente 5% do PIB de gastos com a saúde em decorrência da desnutrição que se torna uma conseqüência de uma alimentação pobre em nutrientes. Ademais, crianças pobres mortas significaria menos mão de obra barata.



Enquanto isso, nas ruas da Argentina, uma mão solitária pixa um muro branco com os dizeres: “Combata a pobreza, coma um pobre!”. Isso remete em muito o pensamento dos defensores do sistema economia de mercado, nome artístico o qual se dá ao capitalismo. Aliás, nomes artísticos na sociedade capitalista neoliberal estão em alta, o mercado os criou para esconder a realidade, que embora exista, ninguém quer ver. De fato ela incomoda nossos olhos burgueses acostumados a nunca serem contrariados.

Vejamos, multinacionais é nome que se dá às empresas que atuam em muitos países, mas pertencem a poucos que monopolizam o dinheiro e a alta tecnologia. Ajuda externa, é nome que se dá ao impostinho que o vício paga à virtude, que os países pobres pagam aos países ricos. O que se sabe, todavia, segundo as Nações Unidas, é que os países pobres pagaram 10 vezes mais em montante de dinheiro, do que o valor que receberam dos países ricos. E a festa continua, pois em 1995, os dados levantados foram que nesse ano, a África concentrava cerca de 75% dos casos de AIDS do mundo, mas só receberam cerca de 3 % da ajuda externa para o controle da peste. Ademais subdesenvolvido é o nome que se dá aos países que possuem seu crescimento subordinado ao crescimento de outros mais ricos.

E por fim, Cleptomaníaco são os ladrões de boa família. O curioso, de fato, é como o eufemismo existe em abundância no império capitalista. Os EUA, representante legal da “economia de mercado” e supra sumo no que tange à população carcerária (a maior do mundo), construíram um muro entre a divisa com o México para impedir a entrada de mexicanos pobres no tio sam. Isso para deixar bem claro que o privilégio de trocar de país é só para quem tem dinheiro. Para não parecer muito violento, o presidente Bush declarou que o muro seria pintado de salmon, e nele se colocariam azulejos com arte infanto-juvenil e buraquinhos para que se possa enxergar do outro lado.

Ah sim! Quase me esqueci, latino-americano é a classificação atribuída aos habitantes da América que são descartáveis. Isso porque são pobres, e burros. Mas não são burros porque são pobres, mas são pobres porque são burros, uma vez que a pobreza não é mais fruto da injustiça, mas sim o justo castigo que a ineficiência merece. A injustiça é cada dia mais um conceito longínquo e vago, mas ela provavelmente deve ser culpa da pobreza que produz mão de obra barata em excesso, e o Liberalismo, essa beleza idealizada por Smith? Ia perder essa bocada?



Fonte de inspiração: "De Pernas pro Ar: A Escola do Mundo ao Avesso". De Eduardo Galeano

McCain e o Tibete.


John McCain, candidato da situação para a presidência do EUA, encontrou-se com o líder separatista tibetano Dalai-Lama na última sexta feira com o intuito de promover uma imagem de defensor dos direitos humanos e das minorias. Porém, tal encontro pode ter sido negativo para o político, tendo em vista a reação negativa por parte do governo chinês. A China alega que a questão do Tibete deve ser resolvida internamente. Não é um problema a ser resolvido pelo governo americano.

A China acusa Dalai-Lama de sabotar as Olimpíadas e apoiar atividades separatistas. O governo chinês afirma que o líder foi um dos responsáveis pelos atos terroristas em Lhasa. Fato que foi negado.

Desagradar a China próximo das eleições americanas pode trazer prejuízo para a campanha do republicano. A China é o país responsável por grande parte das exportações dos EUA e possui forte influência em sua economia. Boa parte dos titulas da dívida americana são de propriedade da China. De acordo com o site Finance One, o país é o segundo com mais títulos, com um saldo devedor de US$ 245,1 bilhões (2005), perdendo apenas para o Japão.

Fonte:

http://www.financeone.com.br/noticia.php?lang=br&nid=13239

http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=41130

Sete anos depois...

No tão falado processo de globalização, países desenvolvidos estão conseguindo manter seus privilégios econômicos e políticos por meio da usurpação das riquezas dos povos periféricos. Com o decorrer do tempo, os países do norte vão acumulando suas riquezas e os do sul vão sendo esmagados. A globalização prega o livre comércio e o livre fluxo de capitais, mas não aceita a livre migração de pessoas. Não se pode esperar mais do que o aumento das desigualdades entre ricos e pobres e o aumento do domínio político e econômico dos chamados desenvolvidos em relação aos não desenvolvidos.

Mais uma vez os países pobres perderam na queda de braço para os poderosos. A rodada de Doha, que já dura sete anos, foi fracassada. O maior desafio para os países do eixo do sul é conseguir acabar ou diminuir com os subsídios agrícolas praticados pelos países ricos, uma vez que tais subsídios faz com que a concorrência nesse setor se torne desleal, prejudicando, principalmente, países africanos que possuem a agricultura como principal fonte de riqueza.


"É lamentável para a economia mundial nesse momento e é muito ruim para os países mais pobres, principalmente para aqueles mais pobres dentre os pobres, porque eles receberiam maiores benefícios", afirmou Celso Amorim.


O ministro do Comércio da Nova Zelândia, Phil Goff, disse ser improvável que um novo encontro de ministros aconteça antes do segundo semestre de 2009. "Vai ser muito difícil conseguir realizar quaisquer discussões significativas antes que ocorra a mudança na Casa Branca e haja eleição na Índia", afirmou.


O que se espera é que nas próximas reuniões países como China, Índia, EUA e UE, a exemplo do Brasil, comecem a ceder nas negociações, pensando mais no âmbito global e menos em suas próprias economias.

Infelizmente, sabemos que não será possível chegar a um acordo que beneficie os países pobres. Desde a época da colonização se vê grande ganância e uma falta de solidariedade dos países ricos em relação aos outros países, considerados como "o resto do mundo". Não devemos esperar mais do que um "acordo de comadres" na rodada de Doha.


Fonte:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u427504.shtml

http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u427579.shtml

Vantagem para Obama


Barack Obama , candidato a presidência dos EUA pelo partido Democrata, lidera a pesquisa do instituto Gallup contra o seu principal rival, o republicano John McCain, por um diferença de 9% (49% contra 40%). Tal diferença é a maior registrada desde o início da campanha eleitoral. A entrevista foi realizada entre 24 e 26 de julho e possui uma margem de erro de 2 pontos percentuais. A tendência é que essa diferença aumente, visto que os índices econômicos dos EUA e a política externa do atual presidente republicano estão desagradando grande parcela da população. "O que nos preocupa em todo o país agora é a sua incapacidade de pagar o combustível e a comida porque os preços estão subindo de maneira vertiginosa", afirmou Obama, numa entrevista à rede NBC.

Não devemos nos iludir quanto a mudanças substancias na política externa americana, seja qual for o candidato eleito. O governo americano vai continuar com sua política agressiva de intervenção nos países pobres, colocando seus interesses econômicos acima de qualquer coisa. O próprio Obama afirmou que se houvesse provas da atual localização do Osama Bin Laden no Paquistão, ele invadiria o país. Ele também afirmou que, se eleito, vai aumentar o número de tropas americanas no Afeganistão. Independente disso, uma vitória do democrata poderá possibilitar um maior diálogo dos EUA com os países taxados como “Eixo do Mal” e com países latinos considerados inimigos. Já vai ser um grande avanço para a diplomacia mundial.

Leia mais em:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u426965.shtml

http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u426822.shtml


Jihad não significa Guerra

Vivemos num mundo em que cada vez mais as fronteiras estão se diluindo. As diversas culturas estão se reduzindo a uma só, a cultura do Fast Food. A chamada globalização está engolindo os povos que não se enquadram ao sistema capitalista. O importante, para o mercado, é reduzir as diferenças entre as pessoas. Quanto mais gente consumir determinado produto, dirigir certo carro, vestir tal grife, maior será o mercado consumidor, e, conseqüentemente, maior será o lucro. O mundo ocidental é o grande responsável por esse processo de globalização. Ele impõe comportamentos, pensamentos e sistemas políticos.

Os povos islâmicos conseguem fortemente lutar contra a invasão cultural ocidental. Por isso, são, atualmente, os mais perseguidos. Sofrem pressão política e econômica por parte das elites capitalista para que se tornem mais flexíveis ao sistema. Um meio muito utilizado para desestabilizar esses povos é a mídia. A televisão e os jornais, de forma maniqueísta, colocam o Ocidente como o defensor da liberdade e o Oriente como o protetor do terrorismo.

A grande mídia ocidental deturpa princípios do Alcorão a fim de manipular os leitores mais desatentos, visando denegrir a imagem do Islamismo. Tentam mostrar que tal religião possui uma justificativa para o terrorismo.

Nazanín Amirian, uma escritora iraniana exilada, em seu texto “Jihad não significa Guerra”, tenta desmoronar o conceito de Jihad tão difundido pela mídia ocidental. Para a maioria dos nossos meios de comunicação, Jihad é uma guerra santa. Amirian afirma que tal palavra não significa nem guerra, nem santa. Ela possui dois sentidos. Se for a grande Jihad, “faz referência à luta espiritual diária dos fiéis, ao treinarem a alma para controlar os instintos básicos e para o aperfeiçoamento interno”, se for a menor, “a defesa dos territórios do Islã, dos seus habitantes e do próprio Islã perante os perigos externos.” Não necessariamente a Jihad menor se refere a conflitos armados. A autora cita o exemplo de brigadas formadas no Irã, no período do Khomeini, que tinham como objetivo levar água, luz e serviços básicos a milhares de aldeias desatendidas, ou outras que lutavam contra o analfabetismo.

O Cristianismo também é vítima de conceitos interpretados de forma tendenciosa para atender a interesses capitalistas ou a outros interesses. O presidente americano George Bush tratou a invasão do Iraque e do Afeganistão como uma Cruzada contra o Terrorismo. O grupo terrorista irlandês Ira, que é fundamentalista, utiliza-se da bíblia para justificar os crimes cometidos contra os protestantes. O próprio vaticano manipula as escrituras bíblicas. Um exemplo disso é o Tratado de Latão, que marcou o início de uma aliança da igreja com o fascismo italiano.

REFERÊNCIAS:

AMIRIAN, Nazanín. Jihad não significa Guerra. Disponível em: http://www.infoalternativa.org/cultura/cultura024.htm

Cavalos no páreo

(postagem original em 22/07)

Eis que retorno depois de uma semana de folga merecida. E nem bem chego e já fico sabendo da seguinte pedreira:

De acordo com pesquisa contratada pela Rede Globo/O Estado de São Paulo, se as eleições fossem hoje,

"a candidata do PC do B, Jô Moraes, teria 17% das intenções de voto. Leonardo Quintão ficaria com 14%. O candidato Márcio Lacerda, do PSB, 8%. Vanessa, do PSTU, 4%. Sérgio Miranda, do PDT, 3%. Gustavo Valadares, do DEM, 2%. André, do PT do B, 1%. Os votos brancos e nulos somariam 19%. E 30% não sabem ou não opinaram". (Tá aqui a fonte.)

Duas coisas são significativas nessa pesquisa e nesse bafafá todo.

Primeira: o fato de o nome de Márcio Lacerda (PSB) não ser famoso, conhecido tampouco falado, leva a crer que ninguém saiba da sua existência enquanto candidato. O que carrega os votos para a Jô (PC do B) e para o Quintão (PMDB), que têm muito mais visibildade.

Segunda: a quantidade de indecisos é ENORME! Trinta por cento ainda não sabem em quem vão votar. Isso é muita merda pra pouco ventilador - isso pode mudar completamente o rumo das eleições. Isso pode até ser favorável ao Lacerda, mas não por enquanto. Enquanto ele for desconhecido, a Jô e o Quintão têm o apoio de quem os conhece - e é no mínimo justo isso, já que, segundo uma professora da Ciência Política da UFMG, a política não pode ser feita apenas pelo Q.I. (Quem Indica), mas também pelo próprio passado político do político. Isso é certo - afinal de contas, alguém tão leigo quanto eu já ouviu falar desse moço?

As propagandas na tevê ainda não começaram. E muita água tem para rolar até outubro.

Em tempo: uma notícia que pode ser interessante.


Morte do ex-prefeito Célio de Castro causa repercussão entre candidatos em BH


A morte do ex-prefeito de Belo Horizonte Célio de Castro, ocorrida na manhã deste domingo (20), causou comoção no cenário político e repercutiu entre os candidatos à prefeitura da capital mineira. Célio de Castro faleceu em decorrência de parada cardíaca.

O ex-secretario de Estado Marcio Lacerda (PSB) confirmou neste domingo a suspensão da campanha de rua por três dias em decorrência da morte do ex-prefeito. Em evento recente de lançamento da chapa de Lacerda e do deputado Roberto Carvalho (PT) para a disputa da Prefeitura de Belo Horizonte, Célio de Castro havia sido lembrado.


Em discurso, o deputado Roberto Carvalho, candidato a vice na chapa de Lacerda, leu carta atribuída a Célio de Castro na qual o ex-prefeito condicionara seu apoio à candidatura do socialista e do petista à prefeitura de Belo Horizonte. A candidatura oficializa a união entre petistas e tucanos na capital mineira.

A candidata pelo PC do B à prefeitura da capital mineira, a deputada federal Jô Moraes, pelo mesmo motivo, cancelou suas atividades de campanha neste domingo (20), e, em nota, se solidarizou com a família de Castro e com os belo-horizontinos que admiravam o ex-prefeito.



Observe que:
de um lado do ringue, Célio de Castro apoiou a coligadura Lacerda-Carvalho sob a bênção do Pimentécio (PT+PSDB); do outro lado, Patrus Ananias, que é contra a aliança acima. Dois pesos-pesados... É...Vai voar tripa para tudo que é lado.

Peguem suas máscaras, a merda vai feder!

UPDATE:

1. Segundo pesquisa Datafolha, divulgada hoje, 25 de julho, na FSP, Jô está com 20%; Quintão, com 9%. Lacerda e Vanessa Portugal (do PSTU) empatados com 6%. Sérgio Miranda com 5% e Gustavo "filho do Ziza" Valadares, com 4%.

2. Uma fala do Dom Walmor de Oliveira Azevedo, arcebispo metropolitano de BH, que vem a calhar:

"Uma eleição não pode ser vitoriosa simplesmente pela força dos conchavos políticos, ou mesmo pelas alianças partidárias. Menos ainda, um candidato eleito só porque apadrinhado".
Precisa falar mais?

Sociologia Política para crianças

- Pai, eu preciso fazer um trabalho para a escola! Posso te fazer uma pergunta?
- Claro, meu filho, qual é a pergunta?
- O que é política, pai?
- Bem, política envolve: Povo; Governo; Poder econômico; Classe trabalhadora; Futuro do país.
- Não entendi. Dá para explicar?
-Bem, vou usar a nossa casa como exemplo: Sou eu quem traz dinheiro para casa, então eu sou o poder econômico. Sua mãe administra, gasta o dinheiro, então ela é o governo. Como nós cuidamos das suas necessidades, você é o povo. Seu irmãozinho é o futuro do país e a Zefinha, babá dele, é a classe trabalhadora. Entendeu, filho?
- Mais ou menos, pai. Vou pensar.

Naquela noite, acordado pelo choro do irmãozinho, o menino, foi ver o que havia de errado. Descobriu que o irmãozinho tinha sujado a fralda e estava todo emporcalhado. Foi ao quarto dos pais e viu que sua mãe estava num sono muito profundo. Foi ao quarto da babá e viu, através da fechadura, o pai na cama com ela. Como os dois nem percebiam as batidas que o menino dava na porta, ele voltou para o quarto e dormiu.

Na manhã seguinte, na hora do café, ele falou para o pai:

-Pai, agora acho que entendi o que é política.
- Ótimo filho! Então me explica com suas palavras.
- Bom, pai, acho que é assim: Enquanto o poder econômico fode a classe trabalhadora, o governo dorme profundamente. O povo é totalmente ignorado e o futuro do país fica na merda!

(Texto de domínio público na internet.)

Por que não?

Boneco de cera de Hitler causa polêmica em Berlim

Uma estátua de Hitler no museu de cera Madame Tussauds em Berlim, que só será aberto ao público neste sábado, já está causando indignação entre políticos e historiadores alemães. Hitler é mostrado sentado a uma mesa em seu bunker, em uma cena que, segundo o museu, retrataria suas últimas horas de vida antes de ele se suicidar. Vários políticos, historiadores e membros da comunidade judaica criticaram a estátua. (Foto: BBC)

A polêmica é ainda maior pelo fato de o museu, no centro de Berlim, se localizar justamente nas cercanias do grande memorial ao Holocausto. Líderes alemães A estátua do ditador está no mesmo pavilhão que abriga figuras de políticos alemães importantes como os ex-premiês Willy Brandt e Helmut Kohl. "Exibir Hitler como boneco de cera é um ato supérfluo e de mau gosto", criticou o historiador Johannes Tuchel, responsável pelo centro de documentação da resistência alemã.

Não estou compactuando com o neonazismo, longe de mim; mas, antes de tudo, Adolf Hitler também é uma figura histórica. Se ele pode ser retratado nos livros, assim como Idi Amin, Pol Pot e outros, por que não como um boneco de cera?

É mais desrespeitosa a atitude de um neonazista que a estátua em si. É mais desrespeitoso o racismo, o xenofobismo; descontar isso numa estátua de cera não dá certo. Ora bolas, é uma estátua, apenas; não é um barro de Nossa Senhora da Aparecida, tenham dó.

O blog

Digamos que a ideia de escrevermos aqui nasceu do cansaço de evitar a fadiga de uma discussão mais elaborada sobre o cotidiano. Da vontade de não mais levar pedras gratuitamente por autoridade de um ou outro sinhôzinho.

Este blog não tem a pretensão de salvar o mundo. Tem o objetivo de salvar a sua consciência. Não queremos monopolizar opinião, apenas que você reflita. Você pode não concordar com a linha editorial do blog, mas não pode simplesmente dizer não porque não. Queremos incitar a crítica, a conversa, o diálogo - de monólogo, já basta a Grande Mídia, zelando por nós todos.

Leia, opine e critique. Entre em contato pelo pedreiranavidraca@gmail.com. Indigne-se conosco, mas não fique calado. Antes éramos vidro, agora nós somos as pedras.

Deguste com parcimônia, e jogue o orégano à vontade.


Os editores

A questão nuclear iraniana

O “Tratado Sobre a Não-Proliferação de Armas Nucleares”, criado pela ONU, possui o objetivo de diminuir os possíveis conflitos que uma não regulamentação do uso da energia nuclear possa trazer ao mundo. Ele visa evitar uma corrida armamentista e guerras nucleares. Manifesta apoio à pesquisa e ao desenvolvimento da energia citada, desde que ocorra sob vigília da AIEA e seja utilizada para fins pacíficos. O documento também defende a cooperação entre os signatários no intercâmbio de tecnologias(ONU, 1970).

O Irã assinou o TNP em 7 de Janeiro de 1968 e o documento foi ratificado em 2 de Fevereiro de 1970. A partir disso, iniciou-se o programa nuclear, que foi quase todo desenvolvido no governo do Xá Reza Pahlevi, apoiado pelos americanos. Em 1975, o governo estadunidense firmou um acordo de cooperação nuclear, que continha detalhes sobre a venda de equipamentos para fins de geração de energia. Mas, apenas no ano seguinte, os EUA ofereceram a oportunidade ao Teerã para comprar e controlar uma usina. Esse acordo possibilitou que o país completasse quase todo o ciclo na produção de energia.

Em 1979, liderada pelo Aiatolá Khomeini, ocorreu a revolução Islâmica, responsável por depor o Xá Reza Pahlevi. Dois anos depois, o governo decidiu continuar com o programa nuclear. Já em 1982, o Irã anunciou a construção de um centro de tecnologia nuclear com a finalidade de tratar o urânio. O local foi devidamente inspecionado pela AIEA, que começou a auxiliar na conversão do “Yellow Cake” em combustível para reatores.

Atualmente, o governo do presidente Mahmoud Ahmadinejad permite inspeções em suas usinas nucleares. Mesmo assim, o seu país já recebeu diversas sanções da ONU. O Conselho de Segurança da entidade afirma que o país produz energia nuclear visando, num futuro próximo, produzir armas.

Diante o exposto, podemos perceber que o programa nuclear iraniano não é tão clandestino como constantemente é afirmado pelos EUA. O mesmo programa já teve a inspeção do próprio governo americano e, atualmente, é praticado sob vigilância da AIEA. Não é o Irã que tem que provar as suas intenções pacíficas, é função da AIEA investigar o projeto e apontar suas falhas. A República Islâmica tem o direito de produzir e pesquisar a energia nuclear, e a ONU, tem o dever de apoiar tais pesquisas. O artigo IV, do TNP, prevê o “Direito inalienável de todas as Partes do Tratado de desenvolverem a pesquisa, a produção e a utilização da energia nuclear para fins pacíficos, sem discriminação (...)”(ONU, 1970).

A pressão exercida pelos Estados Unidos sobre o Irã pode ser justificada pelo fato de o Irã não ser mais um aliado americano no Oriente Médio. Países como Israel e Paquistão não assinaram o TNP e possuem armas nucleares. Porque então colocar o Irã como um país do eixo do mal, e não esses países?

A Coréia do Sul e o Egito, grandes parceiros econômicos e políticos dos EUA, “conduziram experiências nucleares secretas durante vários anos”( SAFDARI, 2005). Uma pequena repressão foi aplicada e não ocorreu uma discussão sobre a possibilidade desses países produzirem armas nucleares.

Os EUA, ao tentarem evitar que o Irã desenvolva o seu programa nuclear, estão ferindo com o princípio da igualdade, previsto pelo tratado. De acordo com Peter Philipp, jornalista da Deutsche Welle e perito em Oriente Médio, os americanos precisam admitir que, ao pressionarem o país, estão desrespeitando o TNP. (PHILIPP, 2006).

A política petroleira dos EUA já é conhecida. Eles agem visando dominar áreas ricas em petróleo. Não possuem escrúpulos em suas ações. Criam justificativas falaciosas para poderem intervir na política desses países ou para invadirem seus territórios. Um bom exemplo é a atual guerra do Iraque. Eles afirmaram que o país possuía armas químicas e biológicas de destruição em massa, afirmação que ainda não foi comprovada e que, provavelmente, nunca será.

Os EUA afirmam que o Irã não precisa produzir energia nuclear, tendo em vista que possui grandes reservas de petróleo. Essa afirmação é uma inverdade, já que o Irã, desde 1970, possui a necessidade de diversificar suas fontes de energia. Atualmente, a situação piorou: “a população triplicou, sua produção petrolífera foi dividida por três e o país consome 40% da sua produção”(SAFDARI, 2005).

Mesmo tendo os EUA como grande adversário em seu projeto, o Irã possui certo apoio de dois outros membros do Conselho de Segurança, a Rússia e a China. Como cada membro permanente do Conselho possui o poder de veto, as sanções econômicas criadas contra o país islâmico são pouco eficientes. Apesar de receber tais sanções, a república Islâmica continua evoluindo no processo de enriquecimento do Urânio. Já possui 3000 centrífugas e está criando mais outras 3000.

Não quero, de maneira alguma, fazer uma apologia ao projeto nuclear iraniano ou ao uso da energia nuclear. Apenas gostaria de demonstrar como é incoerente a política externa americana e como os países pobres são tratados de forma desigual pela ONU. O Conselho de Segurança é constantemente influenciado pelas ambições dos EUA, e mesmo quando tal interferência não ocorre, age defendendo interesses econômicos e políticos de seus países membros.

Referências:

CARVALHO, Lejeune Mato Grosso de. O programa nuclear do Irã. Disponível em: http://www.vermelho.org.br/diario/2006/0216/lejeune_0216.asp?nome=Lejeune%20Mato%20Grosso%20de%20Carvalho&cod=5380.

ONU. Tratado Sobre a Não-Proliferação de Armas Nucleares. Disponível em: http://www.onu-brasil.org.br/doc_armas_nucleares.php.

PHILIPP, Peter. Não há interesse em resolver a questão nuclear?. Disponível em: www.dw-world.de/dw/article/0,2144,2144978,00.html

SAFDARI, Cirus. O direito à tecnologia. Disponível em: http://diplo.uol.com.br/2005-11,a1194

Acordo de comadres

Eita que esse mundo dá voltas...

Em fevereiro eu comentei sobre a tal aliança entre PT e PSDB para a prefeitura da capital BH (clique para ler). Pois bem, desde o começo não fui lá muito a favor - até porque os partidos, a vida toda, foram antagônicos; o PT nasceu de baixo, das bases do operariado paulista do ABC; o PSDB nasceu de uma... digamos... "conjuntura política"de 1988 - ele fez o movimento inverso ao do PT, nascendo de cima.

Desde o começo do ano, tá esse bafafá para uma possível aliança entre os dois partidos para prefeitura de BH. Como todos sabem, o PT é contra a aliança com os tucanos (clique aqui). Mas, como em Minas há sempre um jeitinho, uma conversinha, um acórdão, o PSDB apoiará "informalmente" o PT, que se aliou ao PSB e lançou Márcio de Lacerda à candidatura de prefeito.

Você se pergunta "E quem é esse cara?". Foi o que me perguntei quando li o Hoje em Dia há uns três meses. E agora, como o Lacerda é desconhecido (o Márcio; não me venham ressucitar o Carlos, pelo amor de Deus!), vejam a nota:

BH/Data Tempo: Jô Moraes lidera pesquisa com 20,03%

Pesquisa realizada pelo Instituto CP2/Data Tempo, entre os dias 21 e 23 de junho, para avaliar a intenção de voto para prefeito de Belo Horizonte mostra que a candidata do PC do B, deputada federal Jô Moraes, está na liderança com 20,03% da preferência do eleitorado. A pesquisa foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral, TRE-MG, no dia 25 de junho com o número 39.858/2008. Ao todo, foram ouvidas 769 entrevistados de diversas regiões, faixa de renda, idade e escolaridade em Belo Horizonte. A margem de erro é de 3,6% para mais ou para menos.

O percentual de Jô Moraes é menor apenas que o de pessoas indecisas ou que não souberam ou não quiseram responder, que é de 22,5%. Os eleitores que disseram não votar em nenhum dos candidatos apresentados pela pesquisa somam 16,64%. O candidato do PMDB, deputado federal Leonardo Quintão, aparece com 11,83% da preferência dos entrevistados.


Apesar de ter votado a favor da CSS (link aqui), Jô Moraes é, de longe, muito mais falada que esse-tal-de-Lacerda. Não que ela seja aparecida, ela só está há mais tempo no vidro, na tela política. Esse povo tem que aprender que política não é só Q.I. (Quem-Indica)...

Aqui em Belo Horizonte, o prefeito tem a hegemonia. Mas o PT sempre aprendeu que as minorias não podem ser esmagadas, desrespeitadas nos seus legítimos direitos de militância. Então, o que nós esperamos é um gesto de grandeza do prefeito Fernando Pimentel no sentido de garantir, em primeiro lugar, a unidade do PT em BH. Esta é a responsabilidade dele, porque ele tem a maioria, e foi ele que construiu este processo de uma candidatura fora do PT. E esperamos também que, a partir da unidade do PT, possamos retomar a discussão na perspectiva da unidade da esquerda, das forças progressistas e do campo democrático-popular.
(Patrus Ananias, Ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome do Governo Lula. Fonte: Blog da Clarice.)

É, Patrus, agora é tarde... Decepcionante, Pimentel. Agora que Jô vai, é Jô neles!

De início

De início, chegamos.

Linha editorial: falar o que não deve.

Isnpirações: Carrilho, Serjão e outros.