Víctor Lidio Jara Martínez (Chillán, 28 de setembro de 1932 — 16 de setembro de 1973) foi um músico, compositor, cantor e diretor de teatro chileno.

Nascido numa familia de camponeses, tornou-se referência internacional da canção revolucionária. Foi assassinado barbaramente em 16 de setembro de 1973, em Santiago, capital do Chile, nos primeiros dias de repressão que se seguiram ao golpe de estado de Augusto Pinochet contra o governo do presidente Salvador Allende, ocorrido em 11 de setembro daquele ano.

Lecionava Jornalismo na Universidade do Chile, e participava de reuniões com os professores da Universidade (maioria comunista) e participava assiduamente com o partido da Unidade Popular em protestos e shows beneficentes.

O golpe de estado do general Augusto Pinochet contra o presidente legítimo, Salvador Allende, a 11 de Setembro desse ano, surpreende-o na universidade. É detido junto a outros alunos e professores, conduzido ao Estádio Chile (não confundir com Estádio Nacional de Chile), convertido em campo de concentração, e mantido lá durante vários dias. Há alguma controvérsia sobre as torturas que terá sofrido durante esses dias, antes do seu assassinato a tiros, no dia 16 de Setembro. O certo é que lhe foram cortadas as mãos como parte do "castigo" dos militares ao labor artístico e de conscientização social de Víctor Jara naqueles anos de insubornável compromisso com os sectores mais desfavorecidos do povo chileno, como militante do Partido Comunista. De facto, no momento do seu assassinato era membro do Comité Central das Juventudes Comunistas do Chile.

Nos dias de cativeiro prévios à execução extra-judicial de que foi vítima, escreveu um poema que pôde ser conservado Somos cinco mil

Somos cinco mil / Somos cinco mil
en esta pequeña parte de la ciudad. / nesta pequena parte da cidade.
Somos cinco mil / Somos cinco mil
¿Cuántos seremos en total / Quantos seremos ao todo
en las ciudades y en todo el país? / nas cidades e em todo o país?
Solo aquí / Só aqui
diez mil manos siembran / dez mil mãos semeiam
y hacen andar las fabricas. / e fazem as fábricas andar
¡Cuánta humanidad / Quanta humanidade
con hambre, frío, pánico, dolor, / com fome, frio, pânico, dor,
presión moral, terror y locura! / pressão moral, terror e loucura!

... (continua)

Dois discos gravados por Víctor Jara pouco antes de morrer não foram editados.

Só em 1990 é que a chamada Comissão da Verdade e a Reconciliação determinou que Víctor Jara tinha sido assassinado a tiros no dia 16 de Setembro de 1973 no Estádio Chile, e lançado depois a uns matagais perto da Estrada Sul. Depois, foi levado à câmara mortuária e identificado mais tarde pela mulher. Os seus restos descansam no Cemitério Geral de Santiago do Chile.
Túmulo de Víctor Jara, no Cemitério Geral de Santiago de Chile. Uma legenda diz "Até a vitória..."
Túmulo de Víctor Jara, no Cemitério Geral de Santiago de Chile. Uma legenda diz "Até a vitória..."

Como homenagem, 30 anos depois do Golpe Militar, em Setembro de 2003, o Estadio Chile foi rebatizado com o nome de Víctor Jara.

Fonte: Wikipedia

Pelo seu aniversário de nascimento, uma homenagem ao mártir da esquerda latino-americana.