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Dilma Rousseff, primeira Presidenta da República Federativa do Brasil

Hoje, 31 de outubro de 2010 (Dias da Bruxas, por algum acaso...), Dilma Vana Rousseff elege-se a primeira presidenta do Brasil, continuando o legado de Luís Inácio Lula da Silva. Com 55% dos votos, derrotou José Serra, que ficou com 45% dos votos válidos. 

É, o Serra ficou nos 45, mesmo...

Em Minas Gerais, Dilma ficou com 58% e Serra com 42%. É a continuidade da Era Lula.

Tchau, Tucanos!

E eis que a CartaCapital acabou com o meu sossego da sexta-feira. Uma capa polêmica, ainda que (pelo menos para mim) fosse deveras previsível.

 Tchau, Tucanada! Deixo vocês com o amigo (NOT!) Serra!

Segundo reportagens do periódico de Mino Carta (ex-ISTOÉ), Aécio estaria planejando sair do ninho tucano para fundar o seu próprio poleiro. Seria uma "oposição responsável", um guarda-chuva para abrigar o pessoal da Direita que apoia a Dilma. Donde se conclui que o PSDB, em breve, poderá se tornar um partido apenas de paulistas.

Destaco alguns trechos da matéria:

"Há duas semanas, em jantar no Rio de Janeiro, o ex-governador Aécio Neves empolgou-se ao falar da necessidade de reformas políticas no Brasil e, para sustentar os argumentos que desenvolvia junto a um grupo restrito de amigos, ele anunciou: “Eu vou sair do PSDB”, na casa de um empresário, em Copacabana, cercado de convidados importantes.

(...)

"Não será surpresa a desfiliação de Aécio do partido. O neto de Tancredo Neves caminha firme nessa direção. Só que em silêncio, como convém à tradição mineira da qual é herdeiro. A novidade é ter anunciado agora. Por descuido? Só acreditará nisso quem admitir que político mineiro se descuida com assunto tão melindroso.

Segundo a conversa desenrolada no jantar em Copacabana, Aécio já tem um novo projeto político na cabeça. Não vai buscar abrigo em nenhum outro partido ao abandonar os tucanos. Com a vitória da candidata do PT, quer estabelecer uma oposição democrática, já que o PSDB- renegou esse papel ao preferir abraçar o udenismo golpista."


Aécio, indignado e verborrágico, contradiz tudo o que a Carta Capital diz. Paladino da Democracia, da Igualdade e da Justiça, clama pela Ordem e pela Dignidade, ao dizer que o Jornalismo tem os dois lados.

"Sempre ouvi que o jornalista é obrigado a ouvir o "outro lado". Nesse caso, não tem outro lado. Tem um lado só que sou eu. E eu não fui ouvido pela revista. É uma irresponsabilidade a revista publicar uma reportagem dessas sem sequer me ouvir", disse em nota o neto do Tancredo publicada no Blog de Ricardo Noblat.  

Depois de oito anos de imprensa guiada a rédeas curtas por causa do seu jeito mineiro de flor, chega a ser comovente o discurso do amigo do Alexandre Accioly dizer que é necessário que o Jornalismo escute a outra parte. 

Indignados também ficaram os pequeno-burgueses da Turma do Chapéu, futura nova burguesia belorizontesca. Em seu blog, a turminha diz que tudo não passa de mentira da CartaCapital, que são factoides e nada mais que um trololó petista.
Bom, senão vejamos:

- Já houve rumores da saída de Aécio em anos anteriores (2008 e 2009). Ele poderia mudar para o PMDB e trocar de partido, largando a tucanalha na mão. Só que... PMDB, né, galera... Não dá, né?

- Ele está desgastado no PSDB. O cara é vice da Dilma, do Lula, mas não é nunca vice do Serra. Com o Alckmin, então, não se tromba - digamos que chuchu não é um prato favorito de quem prefere misses. Como disse uma vez o Estado de Minas, "Minas a reboque, não!".

- Aí que está: ele pode estar desgastado no PSDB, mas o PSDB está desgastado com o resto do país graças ao Efeito Lula. E Aécio, diferentemente dos tucanos de asa quebrada, está em ritmo ascendente - e ancorar-se em um partido que tem à frente José Serra, Geraldo Alckmin e Sérgio Guerra não é algo muito inteligente de quem tem brilho próprio. (Talvez o nome do novo partido seja algo do tipo Partido dos Aecistas, PA, local comum de frequência do... Bom, esquece.)

- Se uma informação dessas vazou, não é porque o Aécio é imprudente. Muito antes pelo contrário. Se ele soltou mesmo essa informação, ou é porque ele realmente tenciona em sair do ninho tucano para ter voo solo ou ele plantou isso para servir de alvo de atenção da imprensa. Aécio não é besta.

- E, claro, ele vai negar até a morte - ou até a desfiliação. Ele ainda tem que pagar de bom moço para os caras do PSDB de Sampa.

O neto do Tancredo aprendeu bem com o avô a como ser raposa. Vamos acompanhar.

Frase da semana


"Enquanto o Serra está mergulhado nas enchentes de São Paulo, a Dilma está nos palanques do Brasil colada no Lula. A candidata do governo está em campanha, cavalgando na popularidade do presidente. E o candidato da oposição encontra dificuldades e não vai para o seu Estado", afirmou o vice-líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR).

Não sei se o Serra está mergulhando ou se afogando nas enchentes...

Alianças para 2010


As eleições de hoje serão decisivas para as de 2010. Dependendo dos resultados nas capitais, as alianças e os projetos para as próximas eleições presidências poderão ser totalmente diferentes.

Em São Paulo, uma vitória do Kassab vai representar uma vitória do José Serra em relação ao Alckmin e ao Aécio, grandes rivais ao posto de candidato à presidência. Kassab poderá definitivamente legitimar o nome do Serra como o candidato escolhido pela cidade para a disputa interna no PSDB. Uma vitória da Marta poderia enfraquecer o governador de São Paulo, e, como conseqüência, aumentar o espaço do Aécio ou do Alckmin. Por outro lado, uma vitória do DEM nas eleições paulistas poderá ser um golpe para as pretensões do Lula em alavancar uma candidatura do PT tendo o respaldo da cidade.


Em Minas Gerais, caso o Quintão vença, uma possível aliança proposta pelo Aécio com o PT para as eleições de 2010, com o seu nome para o cargo de presidente, seria prejudicada. Só das eleições terem ido para o segundo, já deu para mostrar como uma aliança desse tipo pode ser mal vista nacionalmente. O próprio PT nacional não viu com bons olhos o que foi feito em Minas. Para o presidente Lula, uma vitória do PMDB não o prejudicaria muito, já que o partido provavelmente irá ser um forte aliado do presidente em 2010.


Para o cargo de governador do Estado de Minas Gerais, provavelmente será lançada uma aliança PT-PSDB, lançando Fernando Pimentel ao cargo. Porém, uma vitória do PMDB na cidade poderá trazer grandes novidades. Uma possível candidatura do Patrus Ananias pode ser viabilizada, uma vez que ele está apoiando informalmente o Quintão nessas eleições. O PT poderá deixar o PSDB de lado e firmar uma aliança com o PMDB seguindo uma tendência nacional. Outro candidato que pode ser lançado por essa união é o Hélio Costa, que tem grande força com o presidente Lula. Não podemos ignorar também a possível candidatura do Newton Cardoso ou Itamar Franco, que são grandes caciques peemedebistas.

Lacerda vai para o tudo ou nada...


Uma pesquisa feita pelo instituto CP2/DataTempo e divulgada na última terça-feira colocou o candidato peemedebista Leonardo Quintão como vencedor do segundo turno das eleições com 64,89% dos votos válidos contra 35,11% obtidos pelo poste. Tal reação do eleitor de BH se deve, provavelmente, à rejeição que possui em relação ao candidato dito socialista Márcio Lacerda e à aliança feita pelos coronéis mineiros Aécio Neves e Pimentel.

Um dos reflexos desse crescimento arrebatador do Quintão é a enxurrada de ataques que tem recebido do rival. Lacerda, que está totalmente atordoado com as críticas relacionadas ao mensalão, agora está usando do mesma arma. Está tentando associar o Quintão à imagem do pai corrupto, da mesma forma em que seus rivais associaram a sua imagem ao mensalão.

Veja como a justça está coibindo os ataques feitos pelo Lacerda:


A Justiça Eleitoral proibiu nesta terça-feira o candidato a prefeito de Belo Horizonte Márcio Lacerda (PSB) de retransmitir a propaganda que mostra seu adversário na disputa, Leonardo Quintão (PMDB), insultando adversários.

A propaganda, veiculada ontem na TV, mostrava imagens da convenção do PMDB realizada em junho em Ipatinga (MG), cidade onde o pai de Quintão, Sebastião Quintão (PMDB), disputava a reeleição.

(...)

Na decisão, o juiz Marcos Flávio Padula suspendeu a retransmissão da propaganda até o julgamento final do processo. Na representação, Quintão também pedia a perda do dobro ou o mesmo tempo utilizado na propaganda, o que ainda não foi avaliado pelo juiz.

Padula ressaltou em sua decisão que as imagens do comercial são gravações externas, o que é proibido por lei. "Vale ressaltar também que estamos a menos de duas semanas do segundo turno e que qualquer propaganda irregular deve ser coibida com ainda mais rapidez, sob pena de desequilibrar o pleito que se avizinha", afirmou.
(Folha)

A Justiça Eleitoral em Belo Horizonte determinou a retirada de panfletos com propaganda considerada difamatória contra o candidato Leonardo Quintão (PMDB). O material, que estava sendo distribuído em bairros da capital, dizia "Fora Sebastião e Leonardo Quintão, Aqui Não", em referência ao peemedebista e ao seu pai, prefeito de Ipatinga (MG).

(...)

Nesta segunda-feira, o juiz Adriano de Mesquita Carneiro deferiu parcialmente a liminar, alegando que o material denegria a imagem do candidato "ao criar, artificialmente, na opinião pública, estados mentais e passionais, em relação ao candidato Quintão". O juiz determinou a busca e a apreensão de todos os panfletos e proibiu a distribuição do material que estiver impresso.
(FOLHA)

Provavelmente o presidente Lula não vai participar das eleições em BH.


Dificilmente o presidente Lula vai participar das eleições do segundo turno em BH. Visando manter o comando do governo nas mãos do PT após a sua gestão, o presidente vai manter neutralidade em diversas cidades onde existem disputas entre aliados.O seu apoio, a exemplo do que aconteceu em diversas cidades do nordeste, poderia ser decisivo nas eleições da nossa cidade.

Durante jantar com integrantes do PMDB nesta quarta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não pretende participar de campanhas eleitorais em municípios onde candidatos da base aliada governista se enfrentam no segundo turno.

Lula sinalizou que vai acatar pedido da cúpula do PMDB para manter-se neutro nas disputas entre aliados, especialmente em Belo Horizonte (MG), Salvador (BA) e Porto Alegre (RS).

A Folha Online apurou que Lula não quer desgastar sua relação com o PMDB nos dois últimos anos de mandato. Além dos peemedebistas reunirem as maiores bancadas na Câmara e no Senado, Lula quer estreitar a relação com o PMDB já com vistas à disputa presidencial de 2010. O petista não descarta uma eventual chapa com o partido na corrida pelo Palácio do Planalto.

Em Belo Horizonte, a eleição coloca em palanques adversários os candidatos Márcio Lacerda (PSB) e Leonardo Quintão (PMDB). Lacerda tem apoio do governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), e do prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), além do PSB. Já Quintão foi lançado por Costa e tem apoio incondicional do PMDB.

O candidato peemedebista disse nesta quarta-feira que o presidente Lula prometeu manter-se neutro na disputa, uma vez que Lacerda integra um partido da base aliada do governo federal. Quintão vai tentar atrair o vice-presidente José Alencar (PR) para a sua campanha, assim como o PC do B e o PDT. (FOLHA)

Apoio do PC do B à candidatura do Quintão


Mesmo sendo um aliado histórico do PT, o PC do B, irá, provavelmente, apoiar o candidato Leonardo Quintão no segundo turno das eleições para prefeito de Belo Horizonte, é o que afirma a reportagem da Folha Online.

O diretório municipal do PC do B é unânime em declarar apoio a Leonardo Quintão (PMDB). Em votação, o placar foi de 22 a 0. Já a direção nacional quer ao menos uma neutralidade para não afetar as relações do chamado "bloquinho" no Congresso, que dá sustentação ao governo Lula.

"Há uma relação privilegiada com o PSB, que é um parceiro muito leal. Mas é preciso respeitar a dinâmica política local. A eleição acabou sendo polarizada com Marcio Lacerda. Mesmo a direção nacional entendeu isso. Por isso, não existe a possibilidade desse alinhamento", disse Jô Moraes, referindo-se aos ataques trocados com o candidato do governador Aécio Neves (PSDB) e do prefeito Fernando Pimentel (PT).

Nos bastidores do PC do B, a tendência é de apoio a Leonardo Quintão. A decisão deve ser anunciada hoje à tarde.

O PC do B também espera que o PRB do vice-presidente José Alencar apóie Quintão. Tanto o peemedebista quanto Lacerda estiveram com Alencar tentando o apoio dele, que, no entanto, deve ficar neutro.


Outro candidato que declarou apoio ao Quintão foi o Jorge Periquito, do PRTB. Ele conseguiu obter 4.769 votos e quer participar ativamente da campanha do peemedebista.

Uma grande lambança foi criada em BH pelo PT. Se o partido tivesse lançado um candidato próprio, com um histórico político de luta em favor das camadas populares e de honestidade, provavelmente teria vencido as eleições já no primeiro turno. Agora vamos ter que engolir um segundo turno entre um poste do Aécio Neves e um candidato populista, com um discurso carregado de sofismas e com algumas propostas claramente feitas para atrair o eleitor, que dificilmente serão cumpridas.

Serra sanciona lei que cria cadastro para bloquear ligações de telemarketing

O governador José Serra (PSDB) sancionou nesta terça-feira a lei 13.226, que cria o cadastro para bloqueio do recebimento de ligações de telemarketing no Estado de São Paulo. Com a nova medida, quem não deseja receber ligações de empresas de telemarketing ou de estabelecimentos que se utilizem deste serviço deve se cadastrar. Serão beneficiados usuários de telefonia fixa e celular, com DDD do Estado. (FOLHA)

Apesar da grande disputa entre José Serra e Aécio Neves em busca de uma das vagas do PSDB para a candidatura à presidência da república, nosso estimado governador poderia aderir à idéia do carequinha. Iria ser a única medida unânime do mineiro em seu governo. Ele não ia precisar nem de comprar a imprensa para que a notícia se espalhasse de forma positiva.

últimas notícias das eleições...


•Vanessa Portugal perdeu 40 segundos do tempo de sua propaganda de amanhã por ter atentado contra a honra e a moral do Márcio Lacerda, de acordo com o juiz Marcos Padula.

•O Juiz Marcos Padula também julgou um processo da Jô Moraes. Ele considerou improcedente o questionamento feito pela candidata acusando a aliança PT-PSDB de não respeitar o princípio da fidelidade partidária. O juiz ressaltou que "não consta que tenha ocorrido coligação entre o partido do representado e o partido do governador. Portanto, não houve infringência do representado [...], não havendo que se falar em desrespeito à fidelidade partidária."

O Ministério Público Federal propôs uma ação contra o Aécio Neves, Fernando Pimentel e Márcio Lacerda por abuso de poder, de autoridade e de poder econômico. A MPE pediu a suspensão imediata da propaganda eleitoral de Lacerda por meio de uma liminar. A Justiça eleitoral não acolheu o pedido e deu um prazo para que os políticos se defendam.

Eleições 2008 - BH


Pesquisa Ibope publicada hoje no jornal "O Estado de S. Paulo" mostra Márcio Lacerda (PSB) na liderança da disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte, com 45% das intenções de voto. Lacerda é apoiado pelo governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), e pelo prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT).

Em segundo está Leonardo Quintão (PMDB), com 20% das intenções de voto --ele tinha 11% no levantamento anterior. Com esse desempenho, Quintão superou Jô Moraes (PC do B), que tem 13%.

Sérgio Miranda (PDT) tem 3% das intenções de voto. Gustavo Valadares (DEM), Jorge Periquito (PRTB) e Vanessa Portugal (PSTU) aparecem com 1% cada. André (PT do B) e Pepê (PCO) não atingiram 1%.

A pesquisa foi realizada entre os dias 22 e 24 com 1.106 moradores de Belo Horizonte. Foi registrada sob o número 38 - Protocolo nº 69.705/2008 na 26ª Zona Eleitoral.(Folha)


E os candidatos da oposição estão tentando...

São ataques como: "Reage BH, acabou o tempo dos coronéis e do voto de cabresto", dito pelo candidato do PDT, Sérgio Miranda. "Eu não tenho padrinho para falar por mim", repete Leonardo Quintão (PMDB) em sua propaganda.
"Aécio e Pimentel não são candidatos."


A deputada federal Jô Moraes diz: "Eu represento o outro lado dessas eleições, o lado do povo que não aceita arranjos pessoais e políticos para eleger um desconhecido". "Estamos em uma situação estranha de terceirização do voto.

Estamos em um momento em que duas lideranças, ao estilo da velha República, decidem indicar, escolher o candidato". "Querem roubar do cidadão de Belo Horizonte o direito de votar". (Jô Moraes)


Jô o questionou sobre pendências judiciais da extinta empresa dele, e Lacerda reagiu. "Ela me colocou uma enxurrada de acusações, baixou o nível aqui do debate", disse, chamando a rival de "leviana".
Jô respondeu. Disse que "perguntar não é baixar o nível" e que isso faz parte do debate. A candidata disse ainda que Lacerda não poderia "imaginar que vai ameaçar pisar no pescoço de alguém que possa fazer uma observação". Lacerda respondeu acusando aliados dos adversários de espalhar acusações apócrifas contra ele, motivo de ter dito na semana passada que pisaria no pescoço dessas pessoas. Mas hoje se desculpou pela frase. (Folha 1 e 2)

Vamos reagir BH! Não devemos aceitar esse candidato imposto de cima para baixo! Ainda há tempo para mudanças.

Quintão X Lacerda


A cada pesquisa que passa, a candidata Jô Moraes (PCdoB) está perdendo terreno para o Leonardo Quintão (PMDB). O candidato já possui 17% das intenções de voto e está a 24 pontos do primeiro colocado. É difícil especular a principal causa do crescimento do Quintão. O candidato afirmou à Folha Online que seu crescimento se deve à grande exposição do Pimentel e do Aécio Neves na candidatura do Lacerda, cansando um pouco o eleitor. Diferentemente do candidato do PSB, Quintão assumiu o comando do seu programa político, deixando de lado os apresentares e locutores.


Eu acredito que o Leonardo Quintão, por desafiar mais o candidato da situação, por não se mostrar tão omisso, está ganhando a simpatia do eleitor que rejeita a aliança. Jô Moraes, que começou as eleições como forte candidata à prefeitura, está se mostrando despreparada para uma briga direta pelo cargo. Como disse anteriormente, creio que, ao focar numa pseudo-aliança com o governo Federal e ao tentar desvincular a imagem do Márcio Lacerda ao do governador Aécio Neves, a candidata está perdendo espaço entre o eleitorado mais crítico.


Não quero, de maneira alguma, incentivar o eleitor a votar no Quintão. Eu não votaria nele, haja vista que não concordo com sua ideologia política. Ele é um grande aliado do governador Aécio Neves e está, ao atacar a campanha do Lacerda, apenas defendendo seus interesses políticos. Eu quero apenas mostrar como gostaria que a Jô Moraes agisse em relação a essa vergonhosa aliança. Infelizmente, não creio que a socialista vá mudar o foco de sua campanha.

As eleições e o dinheiro.

Vivemos numa sociedade dita democrática, a qual, em tese, não existe desigualdades perante a lei. Pobres e ricos possuem os mesmos direitos. Direitos de votar, de possuir propriedade, de ir à escola, de ter moradia. Possuímos a defesa de nossa dignidade, honra, integridade física e etc. Nos é passado que a justiça é cega, ou seja, não tem olhos para a posição social em que a pessoa está inserida. Julga, de forma justa, cada caso, independente de quem está sendo julgado. Saindo desse conto de fadas e indo para o mundo real, vemos que quem detém os meios de produção está no comando. A política é feita para defender interesses de uma classe minoritária dominante. Quando se criam leis (como as trabalhistas, por exemplo) favoráveis à classe pobre, muitas das vezes, tais normas foram feitas com o intuito de acalmar uma parcela da população que é diariamente reprimida. Os capitalistas fazem concessões a fim de frearem a força revolucionária existente numa população que vive no limite.

Como não poderia ser diferente, as eleições de Belo Horizonte demonstram o poder do capital em nossa sociedade. O candidato Márcio Lacerda, que ironicamente é de um partido socialista, é o mais poderoso dos concorrentes ao cargo de prefeito de BH. Ele possui maciço apoio da elite belorizontina, além de possuir grande verba pessoal para gastar com sua campanha. Lacerda também possui apoio de dois expoentes da política do Estado, Aécio Neves (PSDB) e do Pimentel (PT). O que faz com que sua campanha seja alavancada ainda mais.


Uma pesquisa feita pelo Ibope e pela Datafolha mostra o poder do tempo na televisão (e, implicitamente, do dinheiro) numa campanha política. Confira:



Se repararem bem, verão que partidos como PT, PSDB, DEM, PMDB, PSB, são os que estão liderando essa lista. Tais partidos são os mais ricos do país e os que recebem mais investimento de empresários. Esse fato é uma das comprovações que nossas eleições são movidas pelo dinheiro e que nossa democracia não passa de uma ditadura do capital.

Enquanto isso, a Jô Moraes...


O candidato Márcio Lacerda (PSB) se mantém na liderança pela disputa da Prefeitura de Belo Horizonte, informa pesquisa Datafolha divulgada hoje pela Globo. Lacerda, que tem o apoio do governador de Minas, Aécio Neves (PSDB) e do prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), aparece com 41% das intenções de voto.


Leonardo Quintão (PMDB) aparece em seguida, com 17% das intenções de voto. Com isso ficou tecnicamente empatado com Jô Moraes (PC do B), com 12%. A margem de erro da pesquisa é de três pontos para mais ou para menos.


Na comparação com a pesquisa anterior --realizada nos dias 4 e 5 de setembro--, Lacerda oscilou um ponto para baixo: ele tinha 42%. Quintão subiu cinco pontos --aparecia com 12% das preferências. E Jô oscilou negativamente um ponto --tinha 13%.


Sérgio Miranda (PDT) oscilou um ponto para baixo, de 4% para 3%. Gustavo Valadares (DEM) também, passando de 3% para 2%.


Os candidatos Vanessa Portugal (PSTU), André (PT do B) e Jorge Periquito (PRTB) têm 1% cada. Pepê (PCO) não atingiu 1%.


A pesquisa foi feita entre ontem e hoje e ouviu 861 eleitores. A pesquisa foi registrada no TRE-MG (Tribunal Regional Eleitoral) de Minas sob número 67175/2008. (Folha)


Em constante queda nas pesquisas para a Prefeitura de Belo Horizonte, Jô Moraes, candidata do partido comunista, está levando mensagens do vice-presidente José de Alencar para a sua campanha na TV e no rádio, visando conseguir ir para o segundo turno nas eleições. Ela anda afirmando que a verdadeira união por BH é a sua aliança com o governo federal.


Outra medida feita pela Jô Moraes para barrar o crescimento de Lacerda nas pesquisas é dissociar a imagem do candidato ao do governador Aécio Neves. A coligação “BH é Você” já entrou com dois recurso especiais no TSE pedindo a proibição da participação do governador do Estado na propaganda eleitoral do candidato do PSB.


Por 5 votos a 1, a Corte do TRE de Minas Gerais decidiu na última sexta-feira manter o governador nos programas da propaganda eleitoral no rádio e TV de Lacerda. Essa foi a primeira decisão da Corte sobre o assunto. Até então só havia decisões, também favoráveis ao governador, da primeira instância.


O Ministério Público Eleitoral era contra a presença de Aécio nos programas, argumentando principalmente que, embora o PSDB não participe da eleição para prefeito (majoritária), participa da proporcional (vereador), sendo adversário do PT e do PSB. (Folha)


A campanha da Jô Moraes está se mostrando totalmente equivocada ao aplicar tais medidas. Como associar sua campanha ao governo Federal, se o próprio PT e o presidente Lula demostraram apoio ao candidato da situação? Não tem lógica trazer José de Alencar para as propagandas políticas, uma vez que a aliança dele com o Lula representou um divisor de águas na política petista. O PT passou a se afastar da esquerda quando firmou um acordo para lançar Alencar como vice-presidente. Porque insistir em retirar o governador do Estado da propaganda do Lacerda, já que tal situação representa uma vergonha nacional?

"Chora, não vou ligar..."

Pimentel chora e diz que paga "alto custo" por aliança com Aécio

(Folha Online)

O prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), chorou após discurso em que disse estar pagando "alto custo político-pessoal" por sua aliança com o governador tucano Aécio Neves em torno da candidatura de Marcio Lacerda (PSB). Sem citar nomes, disse que alguns não compreenderam o sentido disso.

No discurso feito no lançamento do programa de governo de Lacerda, com cerca de 400 pessoas, ele criticou as pessoas de Brasília e São Paulo que resistiram à aliança.

Ao final, ele não quis dar mais explicações. Foi Aécio quem disse que Pimentel se referia a um "setor da direção nacional [do PT], um pouco mais míope, um pouco mais imediatista".

No discurso, Pimentel disse que Aécio também paga pela aliança, e lhe rendeu homenagem pela "ousadia de caminhar" com ele. O prefeito, que afirmou se orgulhar do PT, disse q
ue a aliança não foi feita "em nome de nenhum dos partidos" que a compõem, mas pela população.
"Foi por isso que caminhamos juntos e pagamos o preço que temos pago, vocês todos sabem", afirmou Pimentel.

Pimentel chorou após o discurso, o que levou Aécio a iniciar o seu dizendo que aquele era um "momento especial" da política e fez uma saudação à "legítima e verdadeira emoção do prefeito". Disse que sua "coragem" ficará registrada na história política de Minas.


Apenas um comentário:

"Você pagou com traição
A quem sempre lhe deu a mão!"
(
Beth Carvalho, Vou Festejar. Nada mais oportuno, né não?)

"com lula tudo bem..."


O blog constantemente relata a falta de escrúpulos de certos políticos. Esses utilizam-se do poder de persuasão de seus marqueteiros para criar imagens politicamente favoráveis. Se apoiar Judas e criticar Jesus é popularmente bem visto, os políticos aderem à medida sem quaisquer constrangimentos. Caso contrário, mudam de opinião. Não importa mais a ideologia política.


Um bom exemplo dessa falta de coerência é a atual campanha do Geraldo Alckmin para a Prefeitura de São Paulo. A fim de ganhar o eleitor anti-petista e não perder os lulistas, Alckmin colocou um jovem negro (tinha que ser negro) em seu programa político afirmando: “Com Lula tudo bem, o problema é o PT”. Tal método não é novo na campanha do tucano. Para se mostrar como uma pessoa próxima das camadas populares nas eleições de 2006, ele ser era chamado de Geraldo nas propagandas e aparecia constantemente em público fazendo coisas considerados como da população carente. Comer buchada de bode no nordeste foi uma delas.


O mesmo Alckmin que criticava o Lula por sua falta de preparo para a presidência da República em 2006, agora afirma que ele merece crédito. Será que a sua opinião mudou tão rápido em dois anos? Ele se referia muito à falta de estudos do petista e à falta de competência para gerir assuntos internacionais.


Com 64% de aprovação, o governo Lula a cada dia perde oposição. Não se preocupam mais em criticar o governo, uma vez que tal ação pode atrapalhar a imagem do político que a praticar. Estão se voltando contra o PT e desassociando a imagem do partido com a do presidente. Já não vêem mais o presidente como forte ameaça, uma vez que não vai mais poder se candidatar e se mostrou flexível a alianças eticamente suspeitas.


Fazendo uma análise da pesquisa Data Folha para Prefeitura de São Paulo podemos perceber porque o candidato tucano está agindo dessa maneira. A intenção do político é ganhar votos da Suplicy nas regiões mais carentes da cidade e tirar votos do candidato do Kassab, que, provavelmente, são votos anti-petistas.

Sobre Márcio Lacerda, candidato da "Aliança" (parte 3)

Trago a todos e todas que nos acompanham um texto postado no blog do Caio César. A reflexão que ele faz a seguir é bem pertinente com o que defendemos aqui neste diário. Posto alguns excertos. O texto na íntegra pode ser lido neste link.


Eleições Municipais em BH 2008

Estamos a algumas semanas do pleito municipal e o cenário que se desenha é preocupante: um candidato que ninguém conhece está liderando as pesquisas, graças - numa análise bem simplista - a duas coisas: 1) Este candidato tem muito mais tempo na TV e no rádio do que seus oponentes; 2) O candidato recebe o apoio do atual prefeito (que é do PT) e do atual governador (que é do PSDB), numa anomalia que nenhuma liderança nacional dos dois partidos aprovou. Isso só acontece em BH.

Sobre a questão do tempo no rádio, não cabe muito comentário, pois é a lei. E lei se cumpre, mesmo que nosso presidente fale o contrário.

Agora, sobre a questão do apoio e do que parece estar acontecendo com a cidade, não posso deixar de me manifestar para, num esforço quase inútil, tentar evitar que se repita em BH o que aconteceu no Brasil em 1989. Na ocasião, foi eleito um camarada que ninguém conhecia e que foi pintado como a salvação. A realidade e as conseqüências, todos sabemos, foram bem distintas do que as boas intenções dos eleitores imaginavam. Por isso, peço a todos que reflitam um pouco sobre isso antes de votar e tentem fazer esta reflexão propagar para que não fiquemos presos por oito anos a uma situação de desconforto.

Vamos prestar atenção, então, em algumas coisas sobre o Márcio Lacerda:


1. A frase que ilustra este post foi destacada na revista Época da semana passada [29 de agosto de 2008]. O Patrus, todos os belo-horizontinos conhecem e respeitam, mesmo que não sejam partidários do PT (eu não sou). O Patrus é, para BH uma referência - apesar de ter subido em palanque no ano de 2006 ao lado de Newton Cardoso (como bem me lembrou a Cristina por e-mail - obrigado!). Se ele fala uma coisa dessas sobre o candidato, certamente, temos que observar e anotar.

Pense bem. O Márcio Lacerda é descrito como alguém que se envolve há um bom tempo com as questões de interesse da coletividade. Entretanto, ninguém o conhecia em BH (estranho, né?); tanto que seus primeiros programas na TV e no rádio foram dedicados a apresentá-lo. Algo que se fez muito mais necessário com ele do que com o Gustavo Valadares e o Leonardo Quintão - seus adversários - por exemplo. Com estes, esta apresentação foi mais curta pois a população já os conhecia (peguei estes dois como exemplo pois o Sergio Miranda e a Jô Morais todos já conhecem de longa data).

Então, gente. Se o Márcio Lacerda é o arauto da luta pela liberdade como clamam Pimentel e Aécio, por qual motivo ninguém o conhecia até hoje? Por que ele nunca apareceu? Suspeitem disso!


2. O Márcio Lacerda engorda a lista de gente que se beneficiou com o mensalão (procure o número 39 da lista). Isso não pode passar batido! Por mais que ele “tenha sido inocentado” após investigação, vamos nos lembrar da indignação da população com relação a apuração destes fatos! Todos sabemos que houve marmelada e tudo acabou em pizza. Agora este cara, que fez parte de um dos maiores escândalos do país está prestes a ser eleito. Gente do céu. Pensem nisso! Queremos um mensaleiro como prefeito de BH? Mesmo?

Mais uma vez peço a todos que reflitam um pouco: Ele não foi acusado injustamente. Há alguém naquela lista por acaso? Onde há fumaça, há fogo. Uma das estratégias usadas em sua campanha para a prefeitura é falar da trajetória pública no ministério da integração nacional (então pasta do Ciro Gomes) e na secretaria estadual de desenvolvimento econômico do governo Aécio Neves. Pois bem, basta procurar um pouco para ver que ele foi um dos principais doadores da campanha de Ciro para a presidência em 2002. Em 2003 ele foi chamado pelo então ministro Ciro para um cargo bem importante. Coincidência? Claro que não!

Ele foi desligado do ministério em função do escândalo do mensalão. Mas isso ninguém comenta. Depois do desligamento, assumiu a secretaria de desenvolvimento econômico do estado, atendendo chamado do governador Aécio, que já planejava montar um cenário favorável para a prefeitura de BH e precisava de um nome. Márcio se encaixou no perfil como uma luva. Todo cuidado é pouco.


3. Por último, dedico-me a explicar o motivo pelo qual sempre me refiro a um futuro de oito anos de sofrimento em BH se a cidade escolher o Márcio Lacerda como seu prefeito. Embora o mandato seja de quatro anos, se ele for o escolhido, a cidade estará fadada a sofrer por dois mandatos. Explico: a campanha do candidato tem usado como um de seus pilares de sustentação as obras do governo e da prefeitura, sob o argumento de que “se ele não for eleito, isso não vai continuar”. Bem, devo confessar que isso me deixa especialmente chateado. Em primeiro lugar por tratar o eleitor como imbecil (as pesquisas parecem mostrar que eles são mesmo): será que todos os outros candidatos interromperão as obras? Será que o diálogo entre a prefeitura e o governo acabará se o prefeito não for o Márcio? Será mesmo? É lógico que não! Acordem!

Antes de elogiar este candidato, percebam que no último ano, a prefeitura realizou obras de recapeamento de vias na av. Amazonas e Pedro II e vem arrastando as obras da duplicação da Av. Antônio Carlos numa lentidão que só quem passa por lá todo dia sabe. Qual o motivo disso? Bem, parece claro que é mostrar para todo mundo na cidade que a prefeitura trabalha (no Brasil, infelizmente, trabalho do poder público é confundido com obras)…

Outra obra grandiosa que é associada ao Márcio Lacerda é a Linha Verde. Bem, em primeiro lugar, tente achar o cronograma da obra. Eu não consegui. O máximo que pude chegar perto foi este depoimento (que replico aqui - em tempos de censura em Minas (mais), sabe-se lá onde isso vai parar, né?) que relata que a obra estaria pronta em 2006/2007. Já é 2008, pessoal. E a linha verde nunca amadurece.

Enquanto isso, as pessoas sofrem no trânsito diariamente enquanto o canteiro de obras é mostrado amplamente na campanha do Márcio Lacerda. Aí eu pergunto: se estas obras citadas, somadas à “reorganização” do complexo de viadutos da Lagoinha não são eleitoreiras, o que é?
E mais: se isso é prática agora, para eleger um desconhecido mensaleiro, o que este mensaleiro não fará quando for a sua vez de se reeleger? Por isso temo pelos próximos oito anos em BH.

(...)

Mas antes de decidir por anular seu voto, conheça os candidatos (os que eu encontrei site foram referenciados em seus sites de campanha; os outros foram referenciados em seus perfis no site do Uai):
  1. Jô Morais
  2. Sergio Miranda
  3. Leonardo Quintão
  4. Jorge Periquito
  5. Gustavo Valadares
  6. Vanessa Portugal
  7. Pedro Paulo
  8. André Alves
  9. Márcio Lacerda (este clonou seu site do Barack Obama. Nem pra fazer um site honesto ele presta)

Adicionalmente, recomendo a todos acompanhar os portais Transparência Brasil e Excelências (afinal, vários dos candidatos são deputados) e também as informações do TSE a respeito dos candidatos.

Por fim, nunca é demais reforçar: Informe-se! Não faça besteira com seu voto!

Sobre Márcio Lacerda, candidato da "Aliança" (parte 2)

Eu podia tá matando, eu podia tá estuprando, eu podia tá latrocinando, mas eu estou escrevendo. E eu vou pedir cinco minutos da sua atenção.

Como todos sabem, a "Aliança por BH", chapa do Márcio Lacerda, está sendo deveras questionada. Não pela grande imprensa, que está completamente alinhada ao governador Aécio Neves por força de censura remunerada. Mas por nós, cidadãos/internautas, que não sabem de onde vem esse cara - e o pior, ninguém sabe para onde vai.

Bom, saber para onde vai, acho que dá pra saber. Pelo menos depois de ler o texto abaixo, publicado no Vermelho. O texto não é pequeno, mas vale lê-lo. Qualquer semelhança não é mera coincidência.



BH: candidatura de Lacerda faz lembrar dobradinha Maluf-Pitta

A disputa eleitoral pela prefeitura de Belo Horizonte vive uma situação em que um político desconhecido, sacado dos escaninhos da burocracia administrativa, lidera a corrida eleitoral graças ao apoio ostensivo de seus poderosos padrinhos políticos. Esta situação não é uma novidade no histórico das recentes eleições municipais. Em 1996, na capital paulista, um personagem semelhante disputou e ganhou a eleição graças ao apadrinhamento político e uma campanha milionária. O personagem era Celso Pitta e o padrinho político Paulo Maluf. O resultado deste arranjo foi trágico para os paulistanos e Pitta ficou marcado como um dos piores prefeitos que São Paulo já teve.

por Cláudio Gonzalez


O ano de 1996 vai ficar registrado na história das eleições municipais como o ano em que o marketing político conseguiu realmente ''eleger um poste''. O ''poste'', no caso, era o economista carioca Celso Pitta, então secretário de finanças da prefeitura de São Paulo, comandada por Paulo Maluf. Na época, Maluf gozava de grande popularidade. Graças a um ostensivo --e descobriu-se depois, oneroso e cercado de ilegalidades-- programa de grandes obras, seu governo era avaliado com um ótimo índice de aprovação entre mais de 50% dos paulistanos. Mas a reeleição não era permitida e Maluf não poderia ser candidato novamente.

Eis então que surge da cartola do marqueteiro Duda Mendonça a proposta de lançar o desconhecido Celso Pitta como candidato a prefeito pelo PPB (atual PP) --partido de Maluf-- em coligação com o PFL (atual DEM).

Celso Roberto Pitta do Nascimento, na época com 50 anos, era apenas mais um integrante do secretariado de Maluf. Por ser negro e economista com mestrado na universidade de Leeds (Inglaterra) e na de Harvard (EUA), ele concentrava o perfil do homem que ''estudou e venceu na vida''. Era o perfil que Duda Mendonça acreditava ser o ideal para dar continuidade à gestão de Maluf. A crença no cacife político do malufismo e no poder do marketing era tão grande que Duda Mendonça chegou a dizer que conseguiria ''eleger um poste'' e Maluf, por sua vez, botou tanta fé na estratégia que arriscou-se a ir para a TV e dizer: ''votem no Pitta, e se ele não for um bom prefeito, nunca mais votem em mim''.

Assim como está ocorrendo atualmente em Belo Horizonte com a candidatura de Márcio Lacerda, Pitta também viu sua campanha deslanchar com o início da campanha eleitoral no rádio e na TV. Admiravelmente, com menos de quinze dias de veiculação das propagandas dos candidatos, conforme mostra a pesquisa realizada em 14 de agosto de 1996, Pitta já conquistava a liderança das intenções de voto com 28,6%, deixando para trás a ex-prefeita Luiza Erundina e o ex-prefeito Francisco Rossi, que haviam saído na frente da corrida, cada um angariando quase um terço das preferências dos eleitores.

O próprio Duda Mendonça reconhece que a eleição de Pitta foi possível, entre outros fatores, pelo fato do PT ter caído na armadilha de tentar atacar Pitta dizendo que ele era igual ao Maluf. Segundo Duda Mendonça, as pesquisas qualitativas mostravam que era justamente isso que o eleitorado buscava, um ''novo Maluf''. Assim, o PT acabou ajudando a reforçar a campanha de Pitta que, no segundo turno, venceu a eleição com 62,3% dos votos contra 37,7% da petista Luiza Erundina.

Mas a frase de Maluf sobre Pitta acabou sendo usada contra o próprio Maluf em todas as eleições seguintes que disputou. Motivo: Pitta não foi um bom prefeito. Pelo contrário: sua gestão ficou marcada como uma das piores administrações que São Paulo já teve.

O economista formado em Harvard revelou-se um péssimo administrador. Sua principal promessa de campanha, o Fura Fila (uma espécie de trem de superfície) só foi parcialmente finalizado dez anos depois, ao custo total de 1,2 bilhão de reais. Do ''fazedor de obras'' Paulo Maluf, Pitta herdou apenas a prática de mau uso do dinheiro público.

A administração Pitta foi cercada de denúncias de corrupção, entre elas a de que uma máfia de fiscais atuava na prefeitura com a cumplicidade do prefeito e da base governista de vereadores na Câmara Municipal. O escândalo acabou custando o mandato de Pitta, que foi afastado da prefeitura por ordem judicial. Depois Pitta entrou com recurso e recuperou o mandato. Ao terminar seu mandato, o ex-prefeito era réu em treze ações civis públicas, acusando-o de ilegalidades. O valor das denúncias somadas alcançou 3,8 bilhões de reais, equivalente a quase metade do orçamento do município na época. A dívida paulistana passou na sua gestão de 8,6 bilhões de reais em 1997 para 18,1 bilhões de reais. Sua popularidade foi a mais baixa já registrada por institutos de pesquisa: 83% dos paulistanos consideravam a sua gestão ruim ou péssima no fim de 2000. Tendo se candidatado a deputado federal nas eleições de 2002 e nas de 2006, não foi eleito.

Recentemente, Pitta voltou à berlinda após ser preso na Operação Satiagraha da Polícia Federal, junto com o banqueiro Daniel Dantas e o especulador Naji Nahas, sob a a cusação de participar de uma quadrilha que cometia crimes contra o sistema financeiro.


Lacerda: o mais rico
O leitor deve estar se perguntando: o que Márcio Lacerda tem a ver com isso? Como disse Marx, a história pode se repetir duas vezes: na primeira vez em forma de tragédia e na segunda como farsa.

A candidatura de Márcio Lacerda guarda muitas semelhanças com a de Pitta. Além de contar com uma campanha milionária, com os mais modernos truques do marketing eleitoral, Lacerda também foi ungido candidato por padrinhos políticos. Só que desta vez, não foi apenas o prefeito de plantão (o petista Fernando Pimentel) quem deu aval para a candidatura, mas também o governador tucano Aécio Neves. Pimentel e Aécio trocaram juras de apoio para 2010 em troca do certame. Assim como Maluf fez em 1996, Aécio também sacou de sua lista de secretários um nome para ser o candidato da continuidade. O empresário Márcio Lacerda foi secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado de Minas Gerais.

Assim como Pitta, Lacerda carrega o perfil do homem que ''venceu na vida''. Tanto que hoje, com um patrimônio declarado de R$ 55 milhões, é o candidato mais rico a disputar a prefeitura de uma capital. Depois dele, vem Maluf com um patrimônio de R$ 39 milhões.

Curiosamente, Lacerda, assim como Maluf, começou a fazer fortuna durante o regime militar. O mesmo regime que Lacerda diz ter combatido. Aliás, esta é justamente a bandeira que Lacerda tem erguido para se apresentar ao eleitorado mais resistente à influência dos padrinhos políticos. Enquanto Pitta brandia a condição de ser um candidato negro para conquistar o voto dos eleitores mais progressistas, Lacerda acena com seu passado de militante de esquerda.

Mas mesmo esta trajetória tem sido questionada. Matéria recente da Folha de S. Paulo diz que ''a vida empresarial de Lacerda é marcada pelo regime militar (1964-1985): inicialmente uma vítima da ditadura, depois passou a receber ajuda dos militares e, em 1973, se tornou empresário do ramo de telecomunicações com a colaboração de oficiais ligados ao Exército''.

Questionamentos surgem também em relação ao comportamento ético de Lacerda. Uma das denúncias dá conta de que o patrimônio de Márcio Lacerda aumentou, e muito, quando era dono das empresas de telecomunicações Batik e Construtel, nos anos 80 e 90.

Lacerda tinha como importante contato o diretor da Telemig na época, Roberto Lamoglia. Em 1998, a Construtel chegou a faturar 255 milhões de dólares! Após a privatização das companhias telefônicas, ambas Construtel e Batik sofreram queda vertiginosa no faturamento. A Batik foi vendida e a Construtel desativada. O site “novojornal” apresentou documentos que comprovavam o superfaturamento de Lacerda no fornecimento de serviços por parte de suas empresas às estatais Telemig e Telebrás. O ''lucro'' era dividido com Roberto Lamoglia, diretor das estatais.

Em 2005, quando era secretário-executivo do Ministério da Integração Nacional, ele apareceu na célebre lista do publicitário Marcos Valério, de sacadores de dinheiro do ''mensalão'', e teve de se demitir por isso.

A imprensa mineira tem praticamente ignorado as denúncias e o passado de Lacerda. Apresenta-o apenas como um empresário bem sucedido, o afilhado político de Aécio e Pimentel e o novo ''fenômeno'' da política mineira. Também dão como certa sua vitória no primeiro turno das eleições. Resta saber se, neste caso, a ''profecia'' de Marx sobre a repetição da história irá se concretizar.

Por via das dúvidas, os eleitores de Belo Horizonte têm nas mãos, literalmente, o poder do voto e, portanto, o poder de impedir que Belo Horizonte passe por uma experiência tão danosa quanto a que São Paulo experimentou com a eleição de Celso Pitta.

Sobre Márcio Lacerda, candidato da "Aliança"


Eu tenho que falar daquilo que eu fiquei sabendo a respeito de Márcio Lacerda, candidato à Prefeitura de Belo Horizonte (MG) pela coligação Aliança por BH (PT-PSB e, informalmente, Aécio e PSDB). Não deixe de clicar nos links abaixo!

Acho que todo mundo já sabe que o Márcio Lacerda era um dos envolvidos no esquema do Mensalão (leia na Folha Online sobre o fato em si, e no UOL sobre a ausência deles nos jornais no período pré-eleitoral; aqui, o site do relatório parcial da CPI dos Correios). O que eu (pelo menos) sempre quis saber é como o referido candidato conseguiu formar o seu patrimônio declarado de R$ 55 milhões.

A matéria abaixo foi publicada no Novo Jornal (leia sobre a publicação no Observatório da Imprensa). Curiosamente, dois dias depois, o Ministério Público, (boatos dizem que por "solicitação" de Aécio Neves) conseguiu tirar o site do ar (leia aqui e aqui sobre o referido embate).
Acho que vale a pena ler e REPASSAR A TODOS! E se Márcio Lacerda tem a TV, nós temos a internet!


QUEM É MÁRCIO LACERDA?

Com a aprovação de seu nome como candidato do PSB, em aliança com o PT, para a sucessão municipal em Belo Horizonte, começa a vir à tona denúncia envolvendo o atual secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Marcio Lacerda (PSB).

Segundo uma das denúncias, o crescimento patrimonial de Marcio Lacerda ocorreu quando o mesmo comandava as empresas de telecomunicações Construtel e Batik, de sua propriedade, nos anos 80 e 90.

Neste período, seu principal contato era Roberto Lamoglia, que esteve na direção da Telemig, posteriormente, na da Telebrás.

À época, a Telemig esteve entregue a Saulo Coelho.

A Polícia Federal abriu, no período, inquéritos para apurar irregularidades que envolvia diversos personagens do PSDB e outros que migraram para o PTB.

A Construtel chegou a faturar em 1998 US$ 255 milhões. Com a privatização das empresas do setor de telefonia, os negócios de Marcio Lacerda começaram a cair.

Os lucros despencaram abruptamente. Em 2004, o faturamento da Construtel foi de R$ 2,4 milhões. Logo depois, ele vendeu a Batik e desativou a Construtel.

A correspondência encaminhada ao Novojornal, acompanhada de documentação, comprova o superfaturamento no fornecimento das centrais telefônicas de suas empresas à Telemig e à Telebrás, demonstrando ainda que Marcio Lacerda dividia parte dos "lucros" com o então diretor das estatais, Roberto Lamoglia.

A documentação é extensa e envolve outros políticos e ex-políticos mineiros do PSDB, PTB e PP. As informações são tão graves que antes de divulgar o nome dos envolvidos Novojornal decidiu por solicitar pareceres e certidões.

O esquema montado por Marcio Lacerda chegou, inclusive, a ser questionado pelo Tribunal de Contas da União e por entidades representativas dos setores patronal e sindical.

Subscritores da denúncia, à época, e atuais integrantes do grupo que encaminhou a documentação para o Novojornal alegam que o fazem na defesa do patrimônio público, acrescentando: "Lacerda, naquela época, não ocupava nenhum cargo público. No entanto, conseguiu se enriquecer fazendo negociatas com empresas públicas. Imaginem este senhor no cargo de prefeito de Belo Horizonte! Não vai sobrar para ninguém."

Doações

Preferido do governador tucano de Minas Gerais e do prefeito de BH, Fernando Pimentel (PT), para ser candidato da pretendida aliança eleitoral PSDB-PT na capital mineira, Marcio Lacerda doou para campanhas eleitorais o valor de R$ 1,15 milhão em 2002.

As doações foram feitas em nome de Marcio Lacerda (R$ 750 mil) e da Construtel Projetos e Construções (R$ 400 mil).

Em 2002, o generoso Marcio Lacerda doou a Ciro Gomes, candidato a presidente pelo PPS, a quantia de R$ 950 mil – 82% do total arrecadado.

Não por outro motivo, ele foi escolhido por Ciro para ocupar o cargo de secretário-executivo do Ministério da Integração Nacional.

O segundo maior beneficiado, com R$ 100 mil, foi o presidente do PPS, Roberto Freire (PE), candidato a deputado federal naquela ocasião.

Também receberam doações os candidatos a deputado federal pelo PPS-MG, Juarez Amorim, atual diretor da Copasa, e Ronaldo Gontijo, R$ 20 mil cada um, além de Sérgio Miranda, R$ 10 mil.

O candidato a deputado estadual pelo PT-MT Gilney Amorim Viana recebeu R$ 50 mil.

Mensaleiro

Em 2005, Lacerda deixou o Ministério da Integração Nacional após seu nome aparecer como suposto beneficiário de R$ 457 mil do esquema do mensalão.

De acordo com o publicitário Marcos Valério, o dinheiro teria sido pago em duas parcelas, em 2003.

Na ocasião, o então secretário-executivo da Integração Nacional confirmou três encontros com o publicitário.

Valério registra um primeiro pagamento a Lacerda, no valor de R$ 300 mil, em 16 de abril de 2003. O segundo pagamento, de R$ 157 mil, teria sido feito dois meses depois, em 17 de junho.

Em abril de 2007, Lacerda aceitou o convite do governador mineiro para ser secretário. Cinco meses depois, ele foi filiado ao PSB pelo tucano, que já pensava em um nome de um partido neutro para uma aliança PSDB-PT.

O deputado federal e presidenciável Ciro Gomes (PSB-CE) é um dos que trabalha pela aliança.

Vigiando a Democracia

"Vigília Democrática"

Dissidentes do PT e integrantes de outros partidos, como o PV, o PMDB, o PCdoB, o PDT e personalidades da sociedade civil lançaram ontem oficialmente o movimento “Vigília Democrática”.

A idéia é dar publicidade ao arranjo patrocinado pelo atual prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, e o governador Aécio Neves, para eleger Marcio Lacerda (PSB) e Roberto Carvalho (PT) para a prefeitura da capital. “Vamos mostrar para a população que estamos vivendo uma excepcionalidade democrática, com interferências nos partidos para construir uma fraude de aliança”, argumenta o deputado estadual, que faz parte do movimento, Sávio Souza Cruz (PMDB).

Fonte: Super Notícia - 26 ago 2008.


Antes que me taxem e taxem esse blog de ser parcial, reitero e afirmo: o objetivo deste blog não é a imparcialidade, mas a discussão do quadro eleitoral de BH. E uma coisa eu posso dizer: desde quando escrevia no meu outro blog, o Quem Delira Sem Ter Febre, eu já não ia com a cara da "Aliança". Escrevi isso aí em 21 de fevereiro. Vide texto abaixo:

Isso ainda vai render muito pano pra manga. O próprio Arthur Virgílio, um dos caras mais chatos do tucanato, apóia o acordo de comadres aqui em Minas Gerais, terra na qual esquecemos o que é fazer oposição a um governo. (Não é arbitrariamente ser contra, é ser oposição; há nuances que diferenciam esses termos.)

Dois partidos opostos, mas com interesses comuns. É a união do Cérebro com o Dick Vigarista. Falta saber qual é qual nessa história.

Duvidas, Tomé? Eis o link.


Por isso, tenho que apoiar o movimento do Sávio Souza Cruz. Seria incoerente da minha parte dizer que um movimento suprapartidário desse, como o Vigília Democrática, não tem importância.

O manifesto completo está neste link.

Q.I. - de Quem Indica

"Dedaço" em Belo Horizonte, critica ministro dos Esportes


Foto Paulo Filgueiras/EM/D.A Press - 11/07/2008
fonte: Blog das Eleições do Portal UAI


Em crítica ao processo eleitoral em Belo Horizonte, o ministro dos Esportes, Orlando Silva, afirma a este blog [Blog das Eleições do Portal UAI]: "A escolha do candidato da aliança, Márcio Lacerda (PSB), se assemelha à tradição autoritária mexicana do dedaço".

A referência foi feita ao Partido Revolucionário Institucional (PRI), que durante 70 anos, delegava ao presidente da República a indicação "no dedo" do candidato da legenda que "concorreria" às eleições. Uma vez escolhido, não havia mais discussão dentro do PRI. O novo presidente estava praticamente nomeado já que a "competição" entre os demais candidatos era simbólica.

A prática foi rompida com Ernesto Zedillo, presidente do PRI como os outros nove que o antecederam a partir de 1929. Zedillo introduziu em 1979 eleições primárias para a indicação do candidato do partido. A experiência não terminou bem para o PRI nem para a "ditadura perfeita", nos termos de Mario Vargas Llosa, já que, em 2000 o candidato da oposição Vicente Fox saiu- se vitorioso nas urnas.

"É uma pena que o eleitor de Belo Horizonte tenha sido tratado como um curral de um rincão esquecido do Brasil", reclama. Orlando Silva está empenhado na candidatura de Jô Moraes (PCdoB). "Ela é a prioridade de nosso partido", diz ele, também dos quadros do PCdoB.