Centro de Referência da Juventude de BH: uma crítica
Bom... Esse assunto tem rendido uma boa discussão. Quem está diretamente envolvido com as conversas sobre as Juventudes de BH, sabe que o Centro de Referência é um assunto que tem gerado controvérsia.
Em diversos encontros que tive com lideranças governamentais, foi-me assegurado que esse Centro seria um espaço de fomento à diversidade artística e cultural do jovem da região metropolitana. Com um orçamento de construção previsto de R$ 15 milhões, o CRJ ficaria situado onde hoje é o Miguilim (entre o Viaduto da Floresta e a Praça da Estação, no centro de Belo Horizonte).
Pois bem. Faço uma crítica no que se refere à construção desse "centro" e na estratégia de se tentar "centralizar" as atividades juvenis que se encontram pulverizadas - e muitas vezes pouco incentivadas, sendo feitas NA TORA - tentando alocá-las em um espaço. É simples, não precisa de desenho.
Nossa Prefeitura e nosso Governo do Estado têm um pequeníssimo defeito: de chegar impondo demandas e, quando são demandados, de se vangloriarem por executarem tais feitos, que eram ânsia da sociedade civil. Não é o caso do CRJ, que foi um projeto aprovado na Conferência Municipal de Juventude de 2008, salvo engano. Mas vou-lhes ser sincero: o modelo de conferência como espaço de participação que estamos utilizando é defasado: reúnem-se vários jovens (inclusive, muitos com idade inferior ao permitido no regulamento) que estão pouco situados das questões discutidas, que não foram levados a pensar as questões que estão na mesa e que estão lá apenas para cumprir a tabela do Estado como "olha só, a conferência deu quórum". A tática dos "ônibus lotados" ainda impera - e foi em uma conferência dessa que saiu a aprovação do Centro de Referência. Fico em dúvida quanto à real efetividade de um sistema de participação como esse - e das demandas que de lá saem, mesmo as que são arduamente discutidas. Mas deixo isso para outro momento.
Você me perguntaria se "esse centro não seria coisa boa". No nosso momento atual, negativo.
Em Belo Horizonte, priorizou-se a cultura da descentralização para poder levar aos bairros mais afastados a possibilidade de nesses locais ocorrerem apresentações artísticas, culturais, momentos educacionais etc. Estou falando dos Centros Culturais - como o do São Bernardo, do Urucuia, da Vila Marçola etc. São espaços que foram pensados para descentralizar as ações culturais e dar oportunidade à comunidade de mostrar o seu potencial e de ver coisas novas. Só que temos que lembrar que quem está "dirigindo" o bonde do 1212 não é uma pessoa sensível às causas da cidade, mas, sim, um senhor deveras preocupado com metas. Típico comportamento empresarial que é nefasto à uma cidade que tem necessidades diversas. A situação dos Centros Culturais não é a das melhores - são 33 centros espalhados pela cidade, que contam com um orçamento de mais ou menos R$ 100 mil. Para os 33 centros!
Ainda que haja essa falta de grana nos Centros Culturais, existe uma galera que se apropria desses espaços, mobilizando o seu lugar para frequentar o equipamento. As juventudes não têm um viés hierárquico de organização - é tudo na horizontalidade, na colaboratividade, presente nos diversos coletivos que vemos por aí. A concepção do Centro de Referência, no entanto, como me explicaram as fontes ligadas ao Governo Anastasia de Minas Gerais, seria de um grande hub, que a partir dessa estrutura as demais seriam fomentadas - o que cabe dizer, por extensão, que os demais Centros Culturais ficariam interligados com o Centrão. Sendo o Centrão esse grande hub, pensem numa analogia com a informática: se não chega o sinal da internet no seu roteador, todos os computadores que estão a ele ligados cairão (caso estivessem conectados). Por conseguinte: conceber o CRJ como um difusor de demandas pode atravancar os demais Centros Culturais, como pode culminar no seu sucateamento definitivo - oras, se o Centrão é tão melhor que o meu Centrinho, para que eu vou fazer as coisas aqui se posso fazer lá? Um fator positivo é que podem ser reunidos jovens de vários lugares, mas mais negativo é você realizar uma ação que implique na quebra de um processo anterior, conquistado a duros suores.
(Não, eu não vou comparar o CRJ daqui com o CRJ de São Paulo, que foi a inspiração direta e imediata para a ideia ser implementada aqui. São Paulo e Belo Horizonte vivem realidades diferentes, não cabe comparar. Por mais que a ideia do Centro de Referência daqui seja um puro Ctrl C + Ctrl V do de Sampa.)
O que seria mais lógico em um momento como este: investir uma grana em um provável equipamento que, caso não seja bem gerenciado, vire um monumental elefante branco ou estimular as ações e os centros já existentes em todas as nove regionais da cidade? O Centrão é uma obra a olhos vistos, os centrinhos são mais localizados e interferem mais diretamente nas suas respectivas comunidades.
A ação agora é: já que a Prefeitura instalou 33 centrinhos, não seria bom torná-los independentes e interligados? Não seria esse o real conceito de rede, em vez de um difusor central que vai irrigar água para os outros pontos? E se o difusor falhar, quem vai irrigar?
Sobre o Centro de Referência da Juventude, teremos uma audiência pública sobre o projeto. Dia 19 de outubro, 4a feira, 13h30, na Câmara Municipal de BH - Av. dos Andradas, 3.001, Santa Efigênia. É para todos irem.
UPDATE: digitando "centro de referência da juventude bh" no Google, a primeira opção que aparece é o site da ONG Contato.
BHTRANS e Prefeitura abrem portas e janelas para o transporte particular
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Ônibus do sistema público de transporte de BH - provavelmente o 2004. Menos espaço, mais calor humano. Foto: Divulgação BHTRANS |
Política do NÃO!
Articulação #ForaLacerda
Não, não é mais um movimento. Não é um aglomerado de jovens e juvenis que, dizem, fazem "obaoba" por causa da gestão municipal do sr. Márcio Lacerda. The hole is deeper than 6 feet.
Há uma articulação acontecendo nas virtualidades da internet que agora ganha o campo físico. Autointitulado "Fora Lacerda", o movimento aglutina demandas de diversas camadas da sociedade descontentes com a austeridade exagerada do empresário-gestor. "Não acredite em mim", mas na Fórum. A notícia é do dia 30, e chamava para um evento pontual. Entretanto, considere as demandas levantadas.
As reuniões do movimento já têm acontecido. Várias frentes já foram elencadas. E, como eu disse, não é só um "bando de badernistas" que está por trás disso, mas a classe AB do bairros Santa Lúcia, Sion e Cruzeiro; a Feira Hippie; o setor da educação municipal; e por aí vai.
Lançado em Belo Horizonte o movimento "Fora Lacerda"
Começa a ser articulado, via Facebook, um movimento que pede o impeachment do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), homem de confiança de Aécio Neves também apoiado por setores do PT. A primeira reunião ocorrerá neste sábado, 02 de julho, às 11h, na Praça da Estação. Márcio Lacerda, apesar de ter ampla maioria na Câmara de Vereadores, vem enfrentando crescentes críticas pela truculência da Guarda Municipal, medidas higienistas como o confisco das posses dos moradores de rua, a proibição de manifestações públicas, o despejo de moradores, o projeto de demolição de um dos marcos da cidade (o Mercado Distrital do Cruzeiro), a venda de ruas para a especulação imobiliária e, mais recentemente, a entrega da presidência do Comitê Executivo Municipal da Copa do Mundo a seu filho, Tiago Lacerda. A página do protesto no Facebook continua recebendo adesões.
Uma Prefeitura que não ouve
Há alguns meses, acho que desde o ano passado, eu tenho tido uma discussão desacertada com a Prefeitura de Belo Horizonte em seus perfis nas redes sociais, principalmente no Twitter. E não sou o único neste discurso.
Na contramão do que supostamente desejamos de um órgão público - que é transparência e presteza nas respostas quando perguntamos algo -, a @pbhonline - perfil da PBH no Twitter - resigna-se à insignificante tarefa de divulgar as benesses por ela cometida. Contato que é bom, somente via Fale Conosco - que também não é uma instância funciona, explico abaixo.
Há alguns dias, eu venho percebendo a evasão d'@pbhonline em responder algumas de nossas questões via Twitter. Diferente do perfil @governomg, do Estado, que me respondeu depois de mencioná-lo em um post, parece a PBH estar surda, muda e cega para nossos reclames nessa mídia social. E isso somente contribui para com a nossa antipatia a essa gestão atual.
Pelo Twitter, a PBH convidou os seus seguidores a curtirem a sua página no Facebook. Indaguei se haveria algum tipo de interação por lá, já que no Twitter não havia nada do tipo. A resposta veio por Mensagem Direta, escondida, nada transparente - que disponibilizo aqui:
"Prezado, para contato com a PBH, solicitar respostas e informações, o Sr. pode acessar os canais do Fale Conosco do site que é o mecanismo disponível ao cidadão exclusivamente para esse propósito. Estamos à disposição para qualquer outra orientação. Clique no link a seguir para acessar o Fale Conosco: http://ow.ly/563EG Att"
Me mandou ir ao Fale Conosco. Em vez de flexibilizar na comunicação com o cidadão, prefere continuar com essa absurda e burra burocracia contra tempos de web 2.0/3.0. Uma seguidora mencionou que não adiantava nada o Fale Conosco, que ninguém sabe dar o encaminhamento certo, e que na ouvidoria da PBH ninguém responde. (Concordo, enviei à Ouvidoria uma solicitação no mês de abril - já estamos em junho, e não tive retorno.) Eis que chegam novas DMs, que eu comento:
"Prezado, no Fale Conosco existem pessoas de áreas específicas para responderem acerca de assuntos específicos. Naturalmente, em qualquer instituição, pública ou privada, não existem profissionais e atendentes que saibam sobre todos os assuntos. Portanto, orientamos as pessoas que de fato buscam por esclarecimentos, que procurem esses canais específicos. Att, ASCOM-PBH"
Se uma empresa é competente, o setor de Comunicação encaminha ao órgão responsável e dá destino. Eu já trabalhei com isso e sei como funciona. Bem sei que a Ouvidoria não é obrigada a saber de tudo, mas quando não recebemos resposta das nossas demandas, trata-se de uma incompetência generalizada.
O que está ocorrendo é que o perfil @pbhonline está indo na contramão da interatividade midiática. Mesmo outros órgãos públicos - como o Ministério da Cultura (@culturagovbr) estabelecem contatos, esclarecem dúvidas e respondem reclamações VIA TWITTER! E o MinC, como se sabe, não é pequeno. Então, por que a burocracia absurda no contato com a PBH? Será medo de o estagiário dar uma resposta inadequada? Será que isso revela que a PBH se tornou, depois que o atual prefeito foi eleito, em mais uma empresa que só pensa em lucro e que não quer o retorno de seu cliente?
As redes sociais têm causado mais danos que o Procon.
O que eu quero que a PBH entenda é que "Fale Conosco" é UM DOS MEIOS para efetuar a Comunicação entre cidadão e órgão público. Se estamos em tempos de seguir interesses e curtir afinidades, por que não fazer como o Governo Federal, que "conversa" com os seus usuários em vários perfis nas redes?
Então, PBH, depois desse pequeno ensaio, você vai continuar nos ignorando ou prefere adotar uma postura de interação com os seus seguidores? Lembre-se que ano que vem tem eleição - e não queremos nossas timelines lotadas de propagandas de uma gestão que não nos representa - não a mim, pelo menos.
PBH, ME OUVE!
Perueiros de volta às ruas
Uma reportagem que li hoje no site do Estado de Minas me deixou um pouco incomodado do ponto de vista de o quão rasos somos nós, jornalistas, em discutirmos certos assuntos. Principalmente temas "no que se refere" diretamente ao cotidiano do cidadão. Vejam bem.
A reportagem, parcialmente transcrita abaixo, fala da recorrente incidência de pessoas fazendo transporte dito clandestino de pessoas. Mas quero deixar destacada uma fala, em especial, abaixo grifada.
Um perueiro foi flagrado na manhã desta segunda-feira na Avenida Vereador Cícero Idelfonso [Delta], no Bairro João Pinheiro, Região Noroeste de Belo Horizonte. O soldado aposentado da Polícia Militar (PM), Lourival de Miranda, de 70 anos, foi abordado numa blitz quando transportava clandestinamente, num Santana Quantum, quatro pessoas para Sete Lagoas. Segundo a BHTrans e a PM, os passageiros pagaram R$ 12 para sair do Centro de Belo Horizonte com destino à cidade da Região Central de Minas.
(...) o Santana Quantum [carro de Lourival] é totalmente regular. Segundo o coordenador de fiscalização e combate ao transporte clandestino da empresa, Carlos Xavier, os perueiros estão preferindo, cada vez mais, usar carros de passeio para fugir da fiscalização. O carro de Lourival foi para o pátio da BHTrans e o motorista liberado.
A população se arrisca nesses veículos que são verdadeiras afrontas ambulantes à legislação de trânsito, à segurança dos passageiros e aos órgãos de fiscalização. Os perueiros invadiram, além de ruas da Grande BH, o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins. Os transportadores clandestinos que agem no terminal conseguem o licenciamento para continuar transitando com seus veículos, apesar de acumularem uma lista de multas.
Aí entra a minha pequena crítica.
O que nós, meros usuários do transporte urbano da Região Metropolitana de Belo Horizonte, podemos considerar como "verdadeira afronta"? Eu digo que, se um perueiro é considerado perigoso pelo transporte não-licenciado de pessoas, assim também é o transporte feito por ônibus supostamente regulado por BHTRANS e DER.
Digo supostamente porque parece que, nas nossas linhas, não há fiscalização. Não falo daqueles babacas da TRANSFACIL (os "Agentes de Gratuidade") que entram e saem dos ônibus apenas verificando se você vai pagar a sua passagem. Esses não contam, eles não verificam se o carro está em boas condições, se o motorista está cumprindo com a etiqueta necessária para a realização de um serviço público ou se a lotação é adequada para que todos fiquem confortáveis.
Quem acredita que BHTRANS realiza fiscalização no transporte de Belo Horizonte está mesmo iludido. Não sei se uma empresa que promove reduções drásticas em horários de linhas movimentadas é uma empresa que cumpre algum tipo de ética cidadã. Uma autarquia que é passiva, não resolve e que é sempre questionada "no que se refere" às suas atuações no trânsito não merece muito nossa fé. Assim como o DER, órgão que supostamente vigiaria o transporte metropolitano (os "vermelhões") para conforto, deleite e bom fruir de seus usuários. Ledo engano.
Estamos numa cidade na qual as concessionárias das linhas tratam os usuários como "clientes". Desde um dia que vi um "atenção, clientes da linha 8203", fiquei deveras incomodado, e como isso reflete na relação consumidor-provedor. Porque se uma reunião de pessoas é vista como clientela, esta pode demandar alguns direitos para si - inclusive, de pedir a devolução do dinheiro. Se eu sou cliente de um serviço público (concessionado por grupos de empresas particulares), convém dizer que eu tenho que estar satisfeito, ou receber meu dinheiro de volta.
A população se arrisca em transportes clandestinos não porque ela quer viver a vida perigosamente - se eu morasse no Castanheiras e dependesse do 9030, aí sim eu viveria perigosamente. Eu frequentei por muito tempo o bairro Veneza, em Ribeirão das Neves. E entendo completamente a necessidade de as pessoas que ali moram ou frequentam de precisarem de usar a clandestinidade. O 6260 (antigo 1155) demora para passar; quando passa, vem lotado; se vem lotado, o motorista não para (às vezes, até apagam o letreiro, à noite, para que as pessoas não vejam qual linha que está chegando e não deem sinal); se não para, lá vamos nós esperar o próximo. Uma bola de neve que te faz sair de Belo Horizonte às seis e meia da tarde e chegar em casa três horas depois.
O que a pessoa faz? Se tem uma grana, compra um transporte particular. Se não, ou se ensardinha nas latas de ônibus ou parte para os perueiros. Entendem que a situação é muito pior do que simplesmente afirmar que veículos clandestinos são afronta à legislação de trânsito? Se não, esquece; eu não sei desenhar.
Todo Mundo Odeia o Lacerda
A comoção contra a atual gestão da Prefeitura é tão grande que já se pensa em fazer um grande movimento contra as lambanças de Márcio e seus asseclas.
No dia 28 às 18h, diversas entidades vão discutir onde e a que horas vai ocorrer o grande ato "Todos Contra Lacerda" - a reunião será na Rua da Bahia, 504, 3º andar. Mas a data da manifestação já está definida: quinta, 3 de março.
Desapropriar para expandir
Parabéns pro Lacerda
Vende-se uma cidade
Está no noticiário, mas ninguém parece ter se dado conta da importância do fato nesta cidade de imprensa submissa: o prefeito Márcio Lacerda (PSB) vai promover a maior privatização de bens públicos que Belo Horizonte e talvez qualquer cidade brasileira já viu. Serão 81 imóveis municipais, que irão a leilão, inclusive o Mercado Distrital da Barroca e a mansão residencial do prefeito, localizada às margens da Lagoa da Pampulha, próximo do Museu de Arte, e que tem um painel de Guignard. A informação é que o painel será retirado, mas até que isso aconteça, é melhor desconfiar.
O pior, porém, é ver dezenas de terremos desocupados, com tamanhos variando entre 1 mil e 10 mil metros quadrados, segundo notícia do Estado de Minas, se transformarem em mais espigões. Se tem uma coisa de que Belo Horizonte não precisa hoje é que áreas públicas se transformem em empreendimentos imobiliários. Muito melhor seria ver esses lotes virarem praças e parques, para lazer da população, com muitas árvores para ajudar a despoluir o ar. Ao contrário do que se diz, Belo Horizonte tem pouquíssimas áreas verdes; tem muitas árvores, mas elas estão nos passeios.
Para piorar a situação, o prefeito gosta de privatizar espaços públicos, como fez com a Praça da Estação, cujo uso agora só se dá mediante pagamento de aluguel. E gosta também de transformar áreas verdes em empreendimentos imobiliários, como está fazendo com a Mata do Isidoro, que será transformada na Vila da Copa, visando a abrigar delegações para a Copa da Fifa.
A privatização dos espaços públicos será certamente a marca do mandato do prefeito empresário, que tenta administrar Belo Horizonte como uma empresa: o que não dá lucro – cultura, por exemplo – não tem serventia. Não à toa recebeu vaia monumental do maior auditório da cidade, o Palácio das Artes, durante o Festival Internacional de Teatro (FIT), em agosto passado. Já tinha passado por isso na festa de encerramento do festival Comida di Buteco, em maio.
Empresário da cidade, o prefeito atua como auxiliar do capital, que destrói rapidamente todos os espaços vazios da cidade, derruba casas, escolas e até clubes – como acontecerá, ao que tudo indica, com o centro de lazer do América, no Bairro Ouro Preto – para erguer no lugar enormes edifícios.
É dever da prefeitura conter a especulação imobiliária, em defesa da qualidade de vida para os belo-horizontinos. Em vez disso age ela também a favor da deterioração do município. A intenção, diz a notícia, é fazer um caixa de R$ 200 milhões. O mercado vale no mínimo R$ 19,5 milhões; a casa do prefeito, R$ 1 milhão (só? Este é o preço de um apartamento na zona sul…). O governo FHC mostrou o que acontece com dinheiro de privatizações: desaparece sem trazer nenhum benefício social.
É incrível que nenhum representante dos belo-horizontinos, nenhum vereador, nenhuma organização da sociedade tenha ainda se levantado contra a realização desse crime contra o patrimônio público, movendo, inclusive, uma ação na justiça.
Atentado às Torres Gêmeas
VIVA A MINA DO POVO DE MINAS
Texto do teatrólogo Zé Celso Martinez. Quer entender um pouco como funciona a "democracia cultural" em Beagá? Leia.
http://teatroficina.uol.com.br/menus/45/posts/378
Ió! Tiago,
tive um insight agora quase dormindo. Estou no “AltoChão” uma praia em Santarém, onde desci do barco, para seguir depois de amanhã para Manaus. Aqui pude ter acesso por um modem ao seu email e às respostas da Tatiana.
Saquei que a Thaís [Pimentel, presidente da Fundação Municipal de Cultura] e as autoridades locais não aceitam o Teatro de Estádio em Praças Públicas, onde se misture toda a cidade. Temem ser acusados de mostrar ao público em Praça Pública os Tabús transmutados em Tótem. Temem que os eleitores os repudiem por estar permitindo a “pouca vergonha” na Praça Pública.
É a velha historia dos que querem pastorear o povo e transformá-lo em rebanho: “O Povo não está preparado para as coisas que mostra o Teatro Oficina para 2.000 pessoas, degraça!”. Mas como diz Oswald de Andrade no HOMEM E O CAVALO: “Pra trepar e pra comer todos nascemos preparados”.
É justamente o que o Ministro Juca Ferreira e sua equipe querem, e independe um pouco da falta de cultura e do medo que os poderes locais possam ter.
O Teatro Oficina, como o grego, é dirigido à Cidade, não a um público “entendido”, “culto”, de “classe”. É também para estes mas somente bate se for para todos, se vira Arte Pública. Os temores que tivemos para chegar ao povo de Canudos repetem-se. O fato de vocês se intimidarem e proporem um orçamento que sabem impossível para o nosso convênio com o MINC demonstra um recuo, um desejo de não arriscarem-se neste embate político. Parece mesmo que vocês não querem que apareçamos em BH com esta liberdade, que não querem se expor nesta luta necessária e maravilhosa, além de divertida e gostosa.
Nesta atitude sinto compactuação com o Poder da Tradicional Oligarquia da Velhíssima Família Mineira em querer responsabilizar-se por enfrentar esta obra de Arte da Liberdade de todos: de pobres e ricos serem livres para o Amor, para a liberdade, para atuar no que desejarem.
Nossa busca atingirá a glória do Teatro Grego se como eles tivermos coragem de abrir nossos abcessos fechados em Praça Pública. É uma questão de ÉTICA DA ESTÉTICA e da SOFISTICAÇÃO CULTURAL. O Povo não merece o Politicamente e hipócrita correto dos Teatros doutrinários de ONG.
Em Manaus aconteceu a mesma coisa, acabaram nos colocando no SESC, num bairro popular, mas não é um espaço público da cidade, mas do SESC. Em Brasília ocupamos a Praça dos Ministérios e tínhamos ao fundo da cena a Praça dos Três Poderes. Em Peixinhos, entre Olinda e Belém, fizemos as DIONISÍACAS num Centro Cultural da Prefeitura, quer dizer, do poder público. Foi um GOL !!!! No Pará fizemos na Praça da Bandeira, e todo poder político, estadual, etc. colaborou conosco. Foi uma atitude culturalmente extraordinária da governadora Ana Júlia. Mas na Bahia fizemos numa Escola de Dança para um peublico entediado da classe artística e cultural local, portanto, não foi um espetáculo de Teat®o de extádio público.
Muito grato por essa luz, queremos mesmo como Oswald de Andrade, a ÁGORA, o Poeta expondo seus abcessos na Praça Pública. Só assim atingiremos a glória de dar ao Brasil o Teat®o Brazyleiro, no patamar que o crescimento econômico e social do Brasil nos exige.
Enquanto as Tias da Oligarquia, à esquerda ou à direita, quiserem cercear o Poder do Teatro, que traz Poder e Phoder transhumanos para todos, em vez de recuarmos temos o direito e o dever de avançar na luta com felicidade guerreira pelo que desde Castro Alves acreditamos: “A Praça é do Povo como o Céu é do Condor”.
Se não conseguirmos vencer esta barreira vamos fazer talvez em Brumadinho, ou em Ouro Preto. Que acha Angelo Oswaldo? Que acha disto tudo Priscila? Eu acho um assasinato cultural, em pleno ano de eleições, em 2010, o povo de BH não ter direito à grande Arte, “ao fino biscoito que fabricamos”, e só ser chamado para comícios de Photoshop, onde ele aliás não comparece, não aceita ficar naquele cercado.
Queremos vocês conosco, sem pé atrás.
Ah! Tenho muita curiosidade de saber do conteúdo dos percalços que causamos.
Todo Amor, desejo de uma luta comum justa, libertária, de derrubar as novas Bastilhas. Liberdade ainda que tardia. Minas não pode estar aquém da luta dos Árcades da Inconfidência.
É uma questão Política de Ética Estética, além do politicamente correto e do velhíssimo exercício do poder contra a reunião das multidões de todas as classes se encontarem.
O q pode acontecer? Somente apaixonarmos todos que amam a vida, como tem acontecido pelo Brasil todo. O Povo e as classes da elite cultural e econômica, têm o direito de gozar juntos como os Gregos e os Reis Elizabetanos gozavam.
Outubro nas eleições será o que será mas não podemos temer a Liberdade da Cultura, o Poder do Anarquista Coroado, de nossa loucura libertada, de todos: burgueses e não burgueses. O Teatro de Estádio é o lugar único dos compartimentos sociais se reencontrarem no que tem de comum, mamíferos, mortais, essa sensação é o que o grande Teatro em todas Grandes Épocas da Humanidade puderam dar ao Público.
A Política, como é praticada é o lugar do cálculo, do marketing, do medo. O Teatro é o oposto, é o lugar onde podemos nos comunicar na Poesia, na Viagem nos nossos Subterrâneos que vindos à tona trazem nossa força, vinda de nossas Minas interiores.
Todo meu Amor a Minas, não solidária somente no Câncer, mas na Solidariedade dos desejos mais perversos e ocultos que fazem nossa grandeza humana
Zé
VIVA A MINA DO POVO DE MINAS
MERDA
A Cultura que exala
Questão de Senhorio
Satan DETECTED!


Uma foto do psicoscópio – esse seria o nome do instrumento – foi exibida ontem em Campo Grande (MS) pela desempregada Sueli Ferreira de Moura (foto), 42, que por sete horas se manteve acorrentada ao portão de um templo em protesto contra a igreja por ter submetido o seu filho de 17 anos à lavagem cerebral.
Sueli disse que S., o seu filho, tem um psicoscópio para avaliar os jovens de um grupo do qual ele é o líder. Ela não soube explicar como funciona o aparelho. Pela foto, além de uma lâmpada e dois interruptores, ele tem um microfone ou um altofalante.
Afirmou também que o filho usa em suas “partes íntimas” um óleo ungido por pastores para que ele não tenha desejos sexuais. “Para mim, isso é óleo de cozinha.”
Sueli disse que S. se tornou um “escravo”, porque passou a vender balas, calçados e eletrodomésticos para entregar o dinheiro à Universal. Ele já teria roubado para não deixar de pagar o dízimo.