Serra se atrapalha com pergunta sobre FHC no Programa do Jô

Constatação

Sei não, mas talvez colar a imagem do candidato Antônio Anastasia com a do "prefeito" de BH Márcio Lacerda não tenha sido uma boa ideia.

Os 10 Mandamentos da Imprensa no Período Eleitoral



Regras. Todos precisamos de regras. Afinal de contas, sua ausência nos levaria ladeira abaixo direto à várzea pantanosa da barbárie, não é mesmo? Por isso mesmo, o Blog do Sakamoto traz a quarta aula do seu Curso de Jornalismo Prático colocando no papel regras para cobertura eleitoral que, apesar de serem amplamente conhecidas por jornalistas, não foram até agora publicadas. Talvez por falta de recursos para impressão. Mas como Moisés usaria um spam para divulgar os mandamentos se hoje vivesse (economizando as tábuas de pedra, preservando, assim, a natureza), um blog está de bom tamanho para o registro.

O Curso é elaborado em conjunto com amigos que são grandes repórteres e conhecem como ninguém o universo das redações, o funcionamento da mídia e os botecos que vendem pastel, sarapatel e buchada onde os candidatos se refestelam, ao tentar mostrar que, apesar de não parecer, são sim gente do povo.

Registre-se que nem toda a imprensa segue esses mandamentos. Mas, também se registre que eles não são monopólio de um grupo que segue determinada ideologia, portanto as regras valem onde couberem.

Os 10 Mandamentos da Imprensa no Período Eleitoral

1 – Deve existir, pelo menos, um colunista fixo livre para fazer insultos, propagar preconceitos, soltar impropérios publicar boatos. Os textos desses colunistas não precisam ter relação com os fatos. Eles também não precisam responder por aquilo que assinam. Basta que escrevam com empáfia e mostrem comportamento arrogante diante de qualquer tentativa de diálogo.

2 – Fica estabelecido, em consonância com os interesses da maioria esmagadora da população brasileira, principalmente a parcela mais humilde, que o maior problema do Brasil durante as eleições é o Irã. O segundo maior é o Chávez. E o terceiro maior é a carga tributária.

3 – Os outros três problemas mais urgentes da nação são, pela ordem, 1) a falta de independência do Banco Central; 2) a presença de sindicalistas nos fundos de pensão; 3) o Márcio Pochmann continuar no Ipea.

4 – Será ignorada toda reclamação contra matérias mal apuradas, trabalho preguiçoso, reportagens parciais, cochilada no “pescoção”, dados incorretos e previsões não confirmadas. No limite, serão classificadas como “grave atentado à liberdade de imprensa” ou “impostura de um leitor militante de partido de esquerda/direita”.

5 – Dar-se-á imediata repercussão a toda denúncia veiculada por revistas semanais, independentemente do texto ter sido requentado, montado com evidentes erros de apuração ou estar em contradição com textos anteriormente publicados pelas próprias revistas.

6 – É terminantemente proibido dar declaração de apoio explícito a um candidato. O apoio velado, contudo, é permitido desde que em consonância com a escolha empresarial do veículo de comunicação.

7 – Nenhum candidato será verdadeiramente pressionado a se posicionar a respeito de qualquer projeto concreto de interesse dos assalariados ou dos mais pobres em entrevistas, debates, artigos ou editoriais. Temas como redução da jornada de trabalho, aumento da licença maternidade, taxação de grandes fortunas, correção dos índices de produtividade da terra, defesa do Código Florestal, entre outros, devem ser tratados como polêmica ou tabus.

8 – Toda reportagem longa a respeito da história, das idéias ou das propostas de candidatos não católicos deverá ressaltar suas crenças e apontar possíveis conflitos entre a religiosidade do candidato e o interesse público. Reportagens sobre candidatos católicos ou ateus que se declarem católicos estão dispensadas disso, uma vez que esta é a religião oficial do Estado laico brasileiro.

9 – Ganhará pontos o candidato que garantir ao repórter uma das seguintes aspas: “o meu governo vai aproveitar esse período de vacas gordas para fazer as reformas que o Brasil precisa, cortando custos”, “a CLT precisa ser atualizada e vamos trabalhar nisso” e “a Anistia foi para todos, portanto, não vamos mexer no passado”. Os pontos podem ser trocados por um close simpático e sorridente do candidato na matéria em questão ou por um Pirocóptero sabor morango.

10 – Reportagens a respeito dos programas de governo serão sempre enriquecidas com comentários de diversos especialistas, considerando a pluralidade de pesquisadores e estudiosos que se debruçam sobre diferentes temas. Por exemplo, em matérias sobre geopolítica, relações internacionais, História, democracia, diplomacia, república, capitalismo, socialismo, eleições americanas, Irã, Tabeban, Leste europeu, Afeganistão, cotas, ONU, Justiça, sociologia, OEA, Cuba, Tarso Genro, loteamento do Estado, Apartheid, Mercosul, Foro de São Paulo, Chávez, Estado policialesco, CUT, Farcs, gás na Bolívia, Polícia Federal, MST, Petrobras, dossiês, liberdade de imprensa ou Yoani Sánches, ouvir sempre o geógrafo Demétrio Magnoli. Na dúvida, consultar o Disk Fonte, das aulas 1 e 2 deste Curso Prático.


Um vídeo, uma polêmica, um processo

Uma galera que faz oposição ao Hélio Calixto da Costa, indicado do Lula ao posto de Governador do Estado de Minas - a federação, não o jornal - fez uma charge animada satirizando o candidato pmdbista. Digamos que ela tem uma certa relação com a verdade ao afirmar que o Tio Hélio não tem muita relação com as Minas Gerais.


Por causa desse vídeo, começou-se uma celeuma/confusão/auê na internet. Uns disseram que era uma afronta, que era desrespeitoso e tal. Diga-se de passagem, o TRE-MG determinou a retirada da animação da internet (coisa que ainda não aconteceu) por considerá-la ofensiva. (Uai, só porque diz a verdade?)

Agora, não sei se é fato confirmado, mas parece que o Tio Hélio está meio desgostoso também com os comentaristas do vídeo. Pelo o que o Twitter informa (ainda tenho que apurar mais detalhadamente), o estudante e líder do JPSDB, meu compadre de Colégio Militar, Gabriel de Azevedo, está sendo processado pelo Hélio Costa por causa de um comentário publicado na página do vídeo. O valor do processo, segundo fontes, é de 100 mil reais.

Atenção: O Gabriel não é autor do vídeo; ele está sendo acionado por causa de um comentário.

Pra que arrancar 100 mil reais do pobre futuro advogado-jornalista-publicitário-tucanalha? (Bem, tucanalha ele já é, mas...)

Engraçado como são as coisas em relação a isso em Minas e, particularmente, com figuras do PMDB. Newton Cardoso, no final do ano passado, processou o crítico e editor do Cinema em Cena, Pablo Villaça. Por um comentário irrisório - coisa mais ofensiva já vi sobre Aécio. E o Newtão não foi condenscendente: baixou o sarrafo. Não sei pra quê: ele já é uma figura abastada, com muitas posses obtidas com o seu árduo suor enquanto prefeito de Contagem, Deputado Federal e Governador de MG... Trabalhou muito, suou feito um porco... Para quê, então?

Já aviso que não sou correligionário do camarada Gabriel - não tenho quaisquer simpatias à sua facção ou a movimentos por ele liderado, como o JPSDB. Tenho motivos de sobra para não compactuar com a postura politiqueira dele. Entretanto, publicamente me solidarizo contra essa atitude vexaminosa de Hélio Costa de tentar retaliar as suas vozes opositoras e contrárias. É uma postura indigna processar quem apenas quer ser o dissenso. (Ouviu, Aécio?)


Em tempo: o PMDB lidera o ranking dos "fichas-sujas", segundo o site da Folha. E Minas lidera com a maior quantidade de políticos barrados pela lei Ficha Limpa. Confira aqui.

Feliz Aniversário, Joaquim Roriz!

Hoje, o nome de Joaquim Roriz chegou ao segundo lugar dos termos mais citados do Twitter no Brasil, os famosos (e nem sempre gratos) Trending Topics Brasil - ou, para os mais íntimos, TTBr. Geralmente, o nome de alguém lá não é boa coisa - como Fiuk, Felipe Neto, Rest(argh)t... Fui saber por que cazzo Roriz estava lá. E eis o motivo:


Em uma plenário lotado com cerca de 100 pessoas, os juízes do TRE/DF acabam de derrubar o registro de candidatura de Joaquim Roriz ao governo de Brasília.

Por quatro votos a zero (três juízes ainda não proferiram seus votos, mas não há mais como a decisão mudar), decidiram que Roriz tornou-se inelegível porque renunciou em junho de 2007 ao mandato de senador para não responder a processo de cassação.

À época, Roriz foi flagrado em uma conversa telefônica tratando da partilha de 2,2 milhões de reais com o ex-presidente do Banco de Brasília Tarcísio Franklin de Moura. A suspeita da Polícia Civil local era a de que o dinheiro teria sido desviado do banco estatal.

(Atualização às 17h57: o julgamento encerrou com o placar de quatro a dois – o presidente do tribunal só votaria em caso de desempate)


Mão na cabeça! Perdeu, Roriz! Perdeu!

Só um detalhe: hoje, 4 de agosto, Roriz completa 74 anos. Feliz Aniversário, ex-futuro Governador do Distrito Federal!

Acompanhamento indigesto



Acho que viro muçulmano depois dessas eleições...