Para começar a semana, trago humilde e solenemente o texto do prof. Fernando Massote, uma voz crítica a Aécio Neves em Minas Gerais. Fiquem à vontade.




O FARAÓ AÉCIO NEVES


Dizem que Aécio Neves, vivendo em eterna crise adolescencial, não gosta muito que se lembrem do seu avô, cuja memória o coloca sempre como um “filho do avô”, ou seja, alguém que se lançou na política graças a Tancredo, exibindo permanentemente a carência de uma militância política originária (e original) motivando um perfil moral capaz, este sim, de lhe dar “vôo próprio”.



Esta falta de seiva própria o faz um governante dado a “performances” permanentemente desencaixadas do sentimento popular e a cultura local. Busca força em modelos mais que abstratos, estereotipados, para ele “exemplares”, tirados de certos políticos “tipo”, como Kubitschek, por ele retalhados para fins de grandeza mitomaníaca, cujo custo é sempre e covardemente, o povo que paga. O chamado “déficit zero” de raiz, natureza, perfil e efeitos neoliberais, alinhado, portanto, com as políticas do “estado mínimo”, tanto quanto o seu abracadabra maior da parceria público-privada, são exemplos muito ilustrativos. Nada de novo nesta perversidade “público-privada”, que é uma política construída nas pegadas do ultra-liberalismo de Friedrich Hayeck, hoje em crise planetária.


A maior ilustração do perfil psico-cultural e político proposto acima está, no entanto, no chamado “Novo Centro Administrativo” que o neto de Tancredo está construindo na região norte da capital a toque de caixa e a custos que sobem nas estrelas! Vejam os dados da “obra” no link.


O jornal Estado de Minas, que tem sido, desde 2003, o fidelíssimo porta-voz do governo Aécio, concorda plenamente com a nossa interpretação, dizendo, na edição de hoje (05 de junho 2009), que o neto de Tancredo, replicando telefonicamente ao vice-presidente José Alencar, a propósito da obra em causa, disse que “pouco ou nada usará o novo centro, mas que quer ser lembrado por tê-lo construído”… Mais pirâmide que isso só mesmo há 4.000 anos atrás!


Dª. Naná, minha professora primária de história, procurou, certa vez, decifrar o enigma da construção das pirâmides pelos faraós, dizendo: “eles não confiavam muito na promessa religiosa da vida eterna nos céus ou não se contentavam de sobreviver só lá nos céus e então, para sobreviver no além e aqui na terra também, inventaram as pirâmides”. Grande e boa Dª. Naná, não viveu no Egito antigo nem nunca soube de Aécio Neves mas já falava da essência de ambos! O caminho de Aécio é, enfim, tão novo quanto o dos faraós do antigo Egito.