Isso é uma vergonha
Belo Horizonte, 4 de janeiro de 2010. Segunda-feira.
Caro Boris,
Pesaroso fiquei eu com a sua declaração de "desumildade" para com as classes trabalhadoras brasileiras. Gostaria de me manifestar e de perguntar, reticente diante suas atitudes, o que fez declarar tal coisa medonha.
Será que o que você disse reflete piamente o sentimento da alta burguesia para nós, meros serviçais? Se for, agradeço-te grandemente por revelar a 180 milhões em ação como a high society age para com os seus súditos. Isso, como se não soubéssemos que ela já olha de soslaio para nós.
Se o que você disse foi apenas uma escapulida, tudo bem - o seu fajuto pedido de desculpas serve como escapatória. Eu vou crer que acredito em você, e vou fazer como nós, brasileiros, fazemos em todas as eleições: esquecer. Foi só um erro, você é humano, errare humanum est, né não? Só que você é mais humano do que nós, e se cometêssemos alguma gafe com você, iríamos adormecer com a cabeça pesada.
Mas eu te pergunto, caro Boris:
Acaso há alguma ojeriza por setores inferiores da sociedade? Seja sincero, por favor. Se houver, avise-nos para mantermos a devida distância - e não nos contaminarmos com tamanha arrogância e impertinência.
Continue assim, caro Boris, colega de profissão. Continue com essa empáfia comum à alta sociedade racista brasileira - que só aplaude as polícias quando dá batidas nos negros que rondam pelas madrugadas voltando para suas casas depois de uma sincera balada - que você verá o resultado.
Não, você não será preso - afinal, você é jornalista, branco, gringo até; não será sequer indiciado por discriminação e injúria. Seja, como sempre você foi, o retrato escancarado da elite hipócrita que temos no país, que adora ver pobre na novela maquiada da Rede Glóbulo, mas não dá crédito ao gari que limpa a sua sujeira. (É fato: quanto mais rico, mais porcão; logo, mais se suja, e mais se precisa dos garis e daqueles "subservientes" no comando.)
Siga assim. Do alto das nossas vassouras, lixeiras, volantes, despedimo-nos.
Um abraço fraterno de um companheiro jornalista, porém sensato e não tão arrogante,
Mario
Mas eu te pergunto, caro Boris:
Acaso há alguma ojeriza por setores inferiores da sociedade? Seja sincero, por favor. Se houver, avise-nos para mantermos a devida distância - e não nos contaminarmos com tamanha arrogância e impertinência.
Continue assim, caro Boris, colega de profissão. Continue com essa empáfia comum à alta sociedade racista brasileira - que só aplaude as polícias quando dá batidas nos negros que rondam pelas madrugadas voltando para suas casas depois de uma sincera balada - que você verá o resultado.
Não, você não será preso - afinal, você é jornalista, branco, gringo até; não será sequer indiciado por discriminação e injúria. Seja, como sempre você foi, o retrato escancarado da elite hipócrita que temos no país, que adora ver pobre na novela maquiada da Rede Glóbulo, mas não dá crédito ao gari que limpa a sua sujeira. (É fato: quanto mais rico, mais porcão; logo, mais se suja, e mais se precisa dos garis e daqueles "subservientes" no comando.)
Siga assim. Do alto das nossas vassouras, lixeiras, volantes, despedimo-nos.
Um abraço fraterno de um companheiro jornalista, porém sensato e não tão arrogante,
Mario
Quem não viu, que veja. E aí, Marcelo Tas, vai pro CQC ou não?
Em tempo: encontrei este ótimo vídeo do Lula dando uma "sabugada" no Boris. Confira.
This entry was posted on October 4, 2009 at 12:14 pm, and is filed under
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