“A religião (cristã) é ópio do povo”. Ela desvaloriza o mundo terreno, colocando a vida eterna como a principal busca do ser humano. Essa desvalorização terrena faz com que os homens se tornem passivos, aceitem mais a situação de exploração a que são submetidos. Já que a miséria, a desigualdade social e a “mais valia” são coisas desse mundo, devemos deixá-los nele. O mais importante para os cristãos é uma mudança interna, é uma vida de acordo com os dogmas religiosos. Eles crêem que a fé pode mover montanhas, por isso, uma vida pode ser modificada por orações. As ações, embora não sejam negadas pela bíblia, são colocadas em segundo plano por doutrinadores religiosos.

A igreja católica nunca demonstrou interesse em dividir de forma igualitária a propriedade, mesmo porque, ela sempre foi uma das maiores proprietárias do mundo. Mesmo o Martinho Lutero, um dos grandes reformadores do cristianismo, lutou ao lado dos nobres e contra os camponeses na luta por terras católicas, cometendo grandes atrocidades contra seus oponentes.



A religião consegue preencher um vazio existente no homem. Esse é o maior trunfo do cristianismo. Ele consegue alienar seus devotos atingindo suas fraquezas. Suas dúvidas existenciais, suas dificuldades financeiras e outras carências que não são preenchidas de imediato, são maquiadas pela fé num Deus onipresente que os defenderão no chamado juízo final.


O filósofo alemão Karl Marx foi o principal pensador a criticar a atuação da igreja em favor do capitalismo. Ele defendia a “abolição da religião como felicidade ilusória do povo” e a busca pela felicidade real, que, em sua filosofia materialista, era a liberdade e a realização pessoal neste mundo. Para se atingir a esses fins, o proletariado teria que conquistá-los por meio de uma revolução.