Humildemente curvo-me ao desconhecido império de mim mesma. Eu, que sou deus. Eu, que me movimento ao redor de Deus. Um Deus que anda queimado, que anda desmatado... um deus que anda esperando a vida inteira numa espera antiga, reservada, toda entregue somente ao ato de esperar. Deus, que anda sentindo fome abandonado nas esquinas de um 3° mundo que, na verdade, não existe, pois o mundo é um só. Deus, que anda enchendo os bolsos de falsos deuses. Deus, que vem morrendo perante uns olhos prestes a se fechar depois que a esperança se esvai... Deus, que ainda vive em outros olhos que ainda aguardam. Um deus que anda explodindo bombas em outros deuses por acreditar serem outrem quando, na verdade, são apenas o outro de nós mesmos. Nós, deuses mortais que não podem prever o futuro, mas que podem construí-lo. Deuses, que vêm se esquecendo de que, humildemente, devem ser Deus.