Não é de hoje que a imprensa neoliberal tenta denegrir a imagem do governo socialista cubano. Um governo que está tomando conta do país desde a revolução implantada com a derrubada do ditador, e fantoche americano, Fulgêncio Batista, em 1959. Antes de o revolucionário Fidel Castro assumir o poder, o país era utilizado pelos americanos como um parque de diversões. Eles iam à ilha para se divertirem nos cassinos e nos bordeis. Fidel e Che Guevara conseguiram maciço apoio da população carente para derrubar um governo apoiado pelos imperialistas. Um governo que se preocupava em garantir a diversão de burgueses americanos, que utilizava-se da violência para garantir a chamada “paz social” e da exploração da classe pobre, foi substituído por um governo preocupado em acabar com as mazelas sociais, diminuir as desigualdades geradas por uma sociedade de consumo e trazer bem-estar para toda a população, sem discriminações.

A política cubana, taxada como ditadura pelos meios de comunicação dominantes, deve ser analisada com mais responsabilidade. Ao meu ver, ele está mais próxima de uma democracia do que de uma ditadura. A liberdade que é pregada em Cuba é diferente da liberdade burguesa. É uma liberdade conhecida como liberdade positiva. De acordo com Norberto Bobbio, essa liberdade é a que possibilita ao cidadão “orientar seu próprio querer no sentido de uma finalidade, de tomar decisão, sem ser determinado pelo querer dos outros". O sujeito deve ter o direito de participar nas escolhas e decisões coletivas, participar e contribuir no exercício da autoridade que o vincula à sociedade. O Estado dever ser o maior garantidor de tal liberdade. Pensando por meio desse conceito, podemos perceber um grande esforço por parte de Cuba para garantir o direito à liberdade positiva. O governo tenta acabar com as classes sociais, pois, só assim, poderá possibilitar uma igualdade de condições no que tange à participação política.


Como poucos sabem, em Cuba existe eleições. E as eleições não são dominadas por grandes grupos financeiros. Os políticos não são eleitos porque possuem dinheiro para fazerem propagandas políticas exaltando suas imagens. São eleitos os que possuem prestígio em suas comunidades. São escolhidos por meio de assembléias públicas. Não existe propaganda política. São afixadas, nos colégios eleitorais, as listas dos políticos com as respectivas biografias e fotos. Tais cartazes não possuem promessas políticas, e sim, o que cada cidadão fez para contribuir para a região, o seu grau de instrução e prestígio. Os políticos não recebem remuneração para exercerem os cargos. Eles devem cumprir seus mandatos não para ganharem dinheiro, mas para garantirem suas convicções políticas. Não se exige que o candidato seja socialista ou católico, como é muito difundido pela imprensa neoliberal. A votação é voluntária, livre e secreta. E, normalmente, mais de 90% dos eleitores participam do processo. As pessoas se vêem verdadeiramente representadas pelos candidatos.


Uma curiosidade: 43,16 por cento dos 614 deputados ao Parlamento são mulheres. Por isso, Cuba é o terceiro país que possui a maior participação feminina parlamentar.