Se antes eu estava em dúvida em quem votar no segundo turno, agora minha indecisão aumentou deveras. Sim, porque, depois do debate de ontem na Faculdade de Direito da UFMG, eu saí mais desconcertado que entrei.


O debate foi bem acalorado - vários militantes de ambos os candidatos, Leonardo Quintão (PMDB) e Márcio Lacerda (PSB) estiveram lá. Já nas considerações iniciais, podia-se ver como iam transcorrer os trabalhos.

Ao entrarem, Márcio e Leonardo receberam chuva de aplausos e vaias - sendo que o Quintão foi mais aplaudido que vaiado, e o Lacerda o contrário. Este pediu a seus apoiadores que não vaiassem o oponente. Mas o Jeca - que não é tão joia assim - retrucou: "Na política, tem vaias e aplausos. É bom me vaiarem sim! E me aplaudir também!"

(Ah, bom, pensei que era só pra vaiar... oO)

Discutiu-se educação, orçamento, movimentos sociais, favelas e moradores de rua. Em tom de acirramento e de forte tensão. Diga-se de passagem, o Quintão estava relativamente melhor; até que um aluno do Direito, o sr. Thomás Lafetá (eu o conheço desde a época de Colégio; o cara é sabidamente perspicaz) perguntou ao candidato sobre as denúncias de corrupção de seu amado pai, Sebastião Quintão, em Ipatinga (MG), chegando-se a confundir Estado com Igreja (a família Quintão é protestante). Exaltado, Leonardo afirmou que as contas do pai dele foram aprovadas, e que, naquela hora, era momento de discutir Beagá, não Ipatingatá. "Vamo discutir BH. E não mexe com meu pai não, que eu amo ele!", esbravejou, brabo. Mais ou menos o que fizeram com o Gustavo Valadares e seu pai, Ziza "ex-presidente do Atlético" Valadares.



(Segura que o Quintão vai chutar a bunda dele!)

Aí, o trem desandou. Márcio teve de responder sobre o fato de se filiar a um partido socialista (PSB) e ter fortuna de 55 mi de reais. Inteligentemente, rebateu, citando o Zequinha 80, vulgo José Alencar, que é vice do Lula. E completou: "Quem tem patrimônio pode militar num partido socialista!".

(Ah, é, Tio Patinhas?)

Daí pra frente, o debate transcorreu agitado. Agitação da platéia, vaia para o Quintão, vaia para o Lacerda... No final, o Lacerda se saiu melhor no debate que o Quintão. Por isso que estou em dúvida: pela primeira vez, creio que anularei meu voto numa eleição para o Executivo. (Já anulei pra Senador, quando Eliseu Resende e Newtão Cardoso concorreram; quem foi meu candidato? Senador Capeta! 666!)

Em quem votar: num mensaleiro ladrão ou num cara cuja família toca o terror no interior de Minas? Sinceramente, estou em dúvida cruel comigo mesmo.

Quero saber quando será o próximo debate. Para eu ficar cada vez mais em dúvida e, por via da dúvida, duvidar dos candidatos e votar nulo.