Aécio Neves manobrou em duas frentes: em Minas Gerais, para lançar o esboço daquilo que chama de Pós-Lula; fora de Minas, para sabotar as pretensões presidenciais de seu colega tucano José Serra. Tão empenhado, não hesitou em adotar políticas diferentes para o seu partido. Dentro do Estado, abandonou o PSDB à própria sorte, alienou os parceiros tucanos no cenário nacional e namorou o maior rival. Em Belo Horizonte, 12 siglas integram a coalizão aecista (inclusive o PT), mas não o DEM --o "poste" Márcio Lacerda (PSB) poderá se eleger no domingo. Em outras grandes cidades (Betim, Uberlândia, Montes Claros, Santa Luzia, Ipatinga, Ribeirão das Neves), o PSDB não está nem no páreo --PMDB e PT deverão colher mais vitórias. Fora do Estado, o governador fez o que pôde para agradar os caciques tucanos, de Tasso Jereissati a Geraldo Alckmin, desde que antipáticos ao serrismo. O prefeito Fernando Pimentel comprou briga dentro do PT ao bancar o pacto com Aécio na capital, mas fortaleceu-se para o governo em 2010 --se os petistas negarem legenda, sempre haverá o PSB para chamar de seu. (MELCHIADES FILHO - diretor-executivo da Folha de S.Paulo, em Brasília)

Pelo visto, vamos ter que aturar a aliança Pimentécio por muito tempo...