Jihad não significa Guerra
Vivemos num mundo em que cada vez mais as fronteiras estão se diluindo. As diversas culturas estão se reduzindo a uma só, a cultura do Fast Food. A chamada globalização está engolindo os povos que não se enquadram ao sistema capitalista. O importante, para o mercado, é reduzir as diferenças entre as pessoas. Quanto mais gente consumir determinado produto, dirigir certo carro, vestir tal grife, maior será o mercado consumidor, e, conseqüentemente, maior será o lucro. O mundo ocidental é o grande responsável por esse processo de globalização. Ele impõe comportamentos, pensamentos e sistemas políticos.
Os povos islâmicos conseguem fortemente lutar contra a invasão cultural ocidental. Por isso, são, atualmente, os mais perseguidos. Sofrem pressão política e econômica por parte das elites capitalista para que se tornem mais flexíveis ao sistema. Um meio muito utilizado para desestabilizar esses povos é a mídia. A televisão e os jornais, de forma maniqueísta, colocam o Ocidente como o defensor da liberdade e o Oriente como o protetor do terrorismo.
A grande mídia ocidental deturpa princípios do Alcorão a fim de manipular os leitores mais desatentos, visando denegrir a imagem do Islamismo. Tentam mostrar que tal religião possui uma justificativa para o terrorismo.
Nazanín Amirian, uma escritora iraniana exilada, em seu texto “Jihad não significa Guerra”, tenta desmoronar o conceito de Jihad tão difundido pela mídia ocidental. Para a maioria dos nossos meios de comunicação, Jihad é uma guerra santa. Amirian afirma que tal palavra não significa nem guerra, nem santa. Ela possui dois sentidos. Se for a grande Jihad, “faz referência à luta espiritual diária dos fiéis, ao treinarem a alma para controlar os instintos básicos e para o aperfeiçoamento interno”, se for a menor, “a defesa dos territórios do Islã, dos seus habitantes e do próprio Islã perante os perigos externos.” Não necessariamente a Jihad menor se refere a conflitos armados. A autora cita o exemplo de brigadas formadas no Irã, no período do Khomeini, que tinham como objetivo levar água, luz e serviços básicos a milhares de aldeias desatendidas, ou outras que lutavam contra o analfabetismo.
O Cristianismo também é vítima de conceitos interpretados de forma tendenciosa para atender a interesses capitalistas ou a outros interesses. O presidente americano George Bush tratou a invasão do Iraque e do Afeganistão como uma Cruzada contra o Terrorismo. O grupo terrorista irlandês Ira, que é fundamentalista, utiliza-se da bíblia para justificar os crimes cometidos contra os protestantes. O próprio vaticano manipula as escrituras bíblicas. Um exemplo disso é o Tratado de Latão, que marcou o início de uma aliança da igreja com o fascismo italiano.
REFERÊNCIAS:
AMIRIAN, Nazanín. Jihad não significa Guerra. Disponível em: http://www.infoalternativa.org/cultura/cultura024.htm